Com esse Blog objetivamos manter uma interação social agradável com os nossos seguidores a partir de publicações diversificadas e relevantes de fatos sociais ocorridos no cotidiano,e outros temas e assuntos de significado singular e plural, do mundo da vida, dos textos e dos contextos em que surgem e nos envolvem, dando sentido à vida, e ao que ela nos traz.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
HISTÓRIA DE VIDA
RECORTES DE UMA VIDA - Desafios, Resistência e Esperança.
Ano de 1987 quando me senti chamado por Deus a servir e a fazer o bem às pessoas. Entrei numa ordem religiosa que tinha este objetivo. Em 1996, tive problemas dermatológicos, procurei ajuda médica. Após uma série de exames, veio à constatação: HIV positivo.
Angustiado e desorientado, fui ao Provincial da minha ordem religiosa em regime de confissão, obtive “apoio” sendo motivado a realizar outros exames para um diagnóstico preciso. Surpresa total quando fui receber o resultado, este já se encontrava em mãos do Provincial, sem o meu consentimento prévio. Um desrespeito à ética e a minha pessoa. Mesmo assim, fiquei na ordem religiosa e, quando por ocasião das minhas férias, de maneira abrupta, fui comunicado que não poderia retornar - o motivo não revelado mais implícito, dava-se ao fato de eu ser soropositivo.
Inicia-se o meu enorme desafio de luta pela vida. Procurei muito à ordem religiosa para que me re-acolhessem, pois queria continuar o meu projeto de vida. O “NÃO” foi sempre a resposta. Sendo um co-irmão fui desprezado e excluído, por ter AIDS - a lepra da sociedade atual, marcado com um estigma. Grande foi a minha dor...
Enquanto cidadão esclarecido, busquei judicialmente os meus direitos e, a justiça decidiu em meu favor. A congregação iria manter plano de saúde e aluguel de um apartamento em Recife, para dar condições ao meu tratamento. Infelizmente, em pouco tempo a instituição não cumpriu a determinação judicial e eu estava despejado.
Sofri profundamente devido à doença, a exclusão, a fome - pois não tinha trabalho. Além de ter a minha vida num ciclo de fofocas, gerado devido à atitude inescrupulosa dos meus antigos superiores - tive o segredo da confissão violado e o resultado dos exames publicados.
Percebi que, só me restavam duas coisas: lutar por minha vida e não perder o ideal de servir às pessoas. Fui abençoado por Deus, com a presença de dois irmãos nesse ideal, formamos assim, uma comunidade de vida.
Prossegui no tratamento da AIDS e acolhia pessoas que também tinham a doença, sendo terminantemente proibido pelos médicos, mas não desisti e continuei o trabalho. Deus me deu forças e me firmei na missão - um verdadeiro milagre de cura. Ajudar aos doentes com AIDS, as crianças e aos jovens mais carentes, foi e é o meu ideal de vida.
Há mais de doze anos vivo com HIV/AIDS, obviamente que tomo os antiretrovirais, mas principalmente vou me mantendo firme na graça de Deus e no ideal missionário. Pertenço hoje a outro instituto religioso, sou Coordenador da Pastoral da AIDS e moro com meus confrades em meio a uma favela, promovendo o bem e o resgate da dignidade humana a mais de 110 crianças e adolescentes. Sinto-me reconfortado pela esperança de fazer a minha parte e a diferença na vida de todos eles.
Afirmo: a AIDS não é o fim, não nos deixemos abater por ela. Alimentemo-nos de esperança, da promoção e da luta pela vida. Cada um é muito mais forte do que se imagina ser, e eu sou um exemplo vivo disso.
Este um simples recorte da história de vida de Carlos antonio Lins. Essa pessoa, a partir dessa experiência que lhe trouxe marcas tão profundas, frustantes e desanomadora, não se deixou vencer pelas atitudes perversas e hipócritas de pessoas equivocadas e maldosas, gerentes de uma fé enganadora, que tem ao longo dos tempos criado falsas ideologias cristãs, sugestionando aos outros seres humanos a buscarem um viver santo e consgrado, mas que tras subjacente atitudes de repúdio, preconceito e discriminação com as diversidades.
A CASA DE AMPARO SOCIAL E PROMOÇÃO HUMANA HERBERT DE SOUZA, criada por este cidadão citado acima representa para o mundo o Esforço Singular de alguém que não se deteve face a tudo que sofreu de um tipo equivocado de líderes religiosos católicos, buscou os recursos dos direitos Humanos e saiu para a luta, fundando com outras pessoas solidarias a sua ideia essa Organização Não Governamental para prestar ajuda beneficitária as pessoas de uma comunidade vivendo em situação de pobreza e abandono social por parte dos poderes governamentais e políticos nesse estado de Pernambuco.
Nós, enqunato socióloga e conhecedora do valor estratégico para a organização desta Casa de Amparo Social nos envolvemos também na proposta, como outros indivíduos que acreditaram ser possível construir essa instiuição. A Casa Herbert de Souza, hoje está funcionando como OSCIP e presta um serviço de qualidade e muita responsabilidade a comunidade do TURURU no Bairro do Janga em Paulista. Por nos identificarmos com as propostas políticas de respeito e amor aos necessitados, elaboradas pelo Sociólogo Herbert de Souza, recebendo do seu filho autorização para usar o seu nome, e também criar ações estratégicas para atender as necessidades da população carente de atendimento em diversos segmentos da vida social: saúde, habitação, cultura e lazer,educação, trabalho, transportes, saneamento básico e outros tantos,do Município do Paulista.
Esse é um breve relato dos resultados da corajem do Sr. Carlos Antonio Lins, quando resolveu numa atitude de corajem e cidadania ativa, sair a luta para mostrar as falsas e perversas lideranças religiosas catolícas que respeito, siceridade, e amor, são as ferramentas que resultam em melhora na qualidade de vida dos seres humanos.
Miriam Fialho
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Esta postagem é um discreto recorte da vida de uma pessoa ENCANTADORA, que não mediu esforços, nem temeu as pressões sociais e religiosas de uma certa comunidade catolíca na década de 90, e foi aluta colocando em prática seu Projeto de vida: "fundar uma Organização Social" para assistir pessoas vivendo em condições de vida com renda baixa, sem saúde, nem educação, cultura, lazer, trabalho e fé. Eu sou muito feliz porque participei do começo dessa empreitada, e hoje, mesmo estando afastada, por questões de mudança de foco de atividades, ainda faço parte como Líderança Hemérita da Casa, tendo oportunidades de voltar para lá e continuar junto com aquela equipe tão especial que atua nos projetos da Casa. Amo todos vocês queridos amigos e agentes sociais.
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