terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Narcotráfico: Assunto Muito Sério!

A questão do NARCOTRÁFICO é um assunto muito sério. É uma história que vem de longe, mas que a cada dia vai ganhando mais espaço nos eixos temáticos de dicussões várias, e em segmentos variados das sociedades humanas globais. Na atualidade, penso eu, não temos mais nenhum segmento social que desconheça essa questão. DROGAS! TRÁFICO, TRAFICANTES... Todo mundo sabe do que se trata, porém, dentro desse universo global de "todo mundo sabe" não se vê com clareza como é que esse assunto é discutido. Cuidados e interesses, no sentido de dar nortes para se entender, explicar, politizar e erradicar essa questão do uso das drogas e dos malefícios que o mesmo vem trazendo às pessoas, é muito tímido, frágil, quase inexiste. As mudanças tão almejadas ainda não são vistas, ou, nem mesmo se sabem se serão algum dia, se formos tomar como referência de políticas públicas de combate ao tráfico e ao uso. Na mídia cinematográfica, a um bom par de anos atrás, foram exibidos filmes sobre o narcotráfico, que deram uma cara de nobreza e até de humanidade no excercício do mesmo. Falo aqui,de certos filmes exibidos nos cinemas nas décadas passadas e hoje também. Recentimente, já neste ano novo um jornal local desta cidade de Recife trouxe uma matéria de carater bastante pertinente referente ao tráfico das drogas e da nossa cidade ser um polo facilitador de passagem desse produto. A quem interessar, veja matérias publicadas no JC nos domingos do mês de janeiro. Tratar desse assunto do narcotráfico é algo super delicado, visto que o mesmo leva para o descotinar de atuações e ações muito descabidas, vergonhosas, mas que são encobertas pelo nsso poder político. Traficar drogas é um comércio de cunho totalmente ilegal, mas que, como todos sabem gera muito dinheiro. Na ânsia pela riqueza, pelo ter cada vez mais, pelo poder, repassaar o "produto" é a pedida. Sendo essa questão bastante delicada de tratar, e não sendo aqui, nesse espaço do meu blog que ele será esgotado, faço essa introdução aqui, apenas para justificar que temos muita gente anciosa para dar um fim a essa situação. Até porque a droga, esse mal tão amado e idolatrado por quem o trafica e por quem o usa, não agrada e muito menos satisfaz a todas as pessoas. Quando vemos o índice de adolescente e jovens completamente envolvidos com o tráfico e o uso dessa matéria; quando vemos as famílias, pais, irmãos, maridos e esposas, sofrendo os flagelos que esse mal tem trazido as vidas em sociedade, cada vez mais nos probleamtizamos, e sentimos que é preciso lutar para acabar com essa insanidade em nosso contexto de vida social. É fundamental que busquemos estabelecer parcerias, discutir em grupos e movimentos, fortalecer o ativismo do movimento social em busca de melhorias na qualidade de vida dos cidadãos, debelando essa coisa pública: o Tráfico e o uso da DROGA. Sim, coisa pública, coisa que saiu das subjacencias, dos guetos e entrou defenitivamente nos espaços sociais do viver humano. Quando nos deparamos com as maiores aberrações de mortes causadas pelo uso, ou pelo tráfico desse produto chamado "droga ilicíta", sentimos que o nosso dever de cidadania ativa e os nosso direitos de cidadãos, foram estabelecidos para nos tornar acobertados quando o caso atinge as raias públicas e pede para ser visto, revisto, tratado. Sendo esses alguns dos fatores que originaram a criação de ONG's de Redução de Danos e que vem ao longo dessas últimas quatro décadas trabalhando na direção de combater as situações dificeis que ten-se vivido; forçando os governantes, isso em carater globalizado, a tomarem medidas políticamnte corretas, tanto de erradicação do uso desses produtos tão perversos, visto que é muito maléfico, à vida das pessoas. Quanto no combate ao repasse dos mesmos, entre os paízes. Nessa perspectiva é que se inscrevem as Organizações Não Governamentais com seriedade e responsabilidade, com esperanças nas mudanças sociais em nossas sociedades; e mudanças essas que requerem a melhoria da vida e dos diereitos de ter o melhor para continuar fazendo parte desse mundo, tão confuso, tão complexo, tão desnorteado, como está sendo o nosso nesse novo séculomilenar.
Assim, exponho aqui, em seguida documento que expõe claramente para todos que a luta por políticas para a execussão de ações na direção desse assunto. Espero que se alguém ler esse texto, pense que ele vem nascendo dos contextos de lutas, muitas delas sem dar os resultados almejados, por um lado, mas que por outro, aqui e ali ten-se visto que o povo, quando consicente dos seus direitos, deveres e responsabilidades, desejoso de ver as mudanças sociais, vai se arvorando e sai em busca dos mecanismos que podem, e favorecem que elas aconteçam.
Miriam Fialho - Socióloga da Casa Herbert de Souza.
Vejam o texto:

PONDERAÇÕES SOBRE POLÍTICAS DE DROGAS NO BRASIL
Carta aberta à sociedade brasileira
Há muito ainda a fazer até que a questão das drogas seja encarada como problema de saúde pública e não de justiça criminal, mas podemos estar iniciando uma caminhada que poderá desaguar nessa transformação.

(Julita Lemgruber)

O tema das drogas é articulador de diferentes olhares e formas de pensar. Este documento expressa a visão de um grupo formado por estudantes, professores e pesquisadores de diferentes campos do conhecimento; trabalhadores de Saúde, Assistência Social, Educação; operadores do Direito; gestores públicos e ativistas unidos pelo interesse no tema das políticas públicas sobre drogas, a partir de compromissos claros com os Direitos Humanos e a promoção da cidadania ativa para pessoas que usam drogas. Além disto, defendemos os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, da Reforma Psiquiátrica e do Sistema Único da Assistência Social. É a partir destes múltiplos lugares e, principalmente dos compromissos que nos unem, que gostaríamos de nos manifestar sobre as recentes mudanças na Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (SENAD).
Historicamente, as políticas públicas sobre drogas têm se constituído em importantes dispositivos de criminalização e medicalização (criminoso-prisão na segurança, dependente-internação na saúde), cujos efeitos têm recaído sobre distintos grupos sociais vulneráveis e estigmatizados, frequentemente associados a qualquer uma das etapas dos processos de produção, circulação, comércio e consumo de substâncias qualificadas como ilícitas. As diretrizes que embasaram as políticas de drogas no país, desde a Lei Nº 6368/76, até a Lei Nº 11.343/06, foram demonstrativas de um tensionamento entre duas arenas distintas: de um lado, a preocupação diante de um problema visto como pertinente à “Saúde Pública”; de outro, a compreensão de que este problema social, tendo como única origem comportamentos desviantes e criminosos, deveria ser de responsabilidade única dos agentes executores das políticas de Segurança Pública. Deste modo, embora a proibição às drogas tenha até hoje como justificativa a proteção à Saúde Pública como bem comum, na prática as ações educativas e preventivas com relação às pessoas que usam drogas sofreram pressões alheias ao campo político-reflexivo da Saúde.
Nascida sob o impacto da adesão brasileira ao documento da UNGASS 98, na égide da “war on drugs”, a SENAD constituiu o tema das drogas como assunto de Segurança Nacional, e organizou-se a partir de uma estrutura militar. Nos últimos anos, algumas mudanças começaram a ocorrer. A começar pelo nome: a secretaria deixou de ser “Antidrogas”, tornando-se um secretaria “de Políticas sobre Drogas”. Além disto, a SENAD teve papel importante na condução do processo de reformulação do Plano Nacional sobre Drogas, no incentivo ao fortalecimento e qualificação dos Conselhos Estaduais e Municipais sobre Drogas; no âmbito da produção de conhecimento, a SENAD apoiou e organizou diretamente a realização de seminários com experiências internacionais, e teve papel fundamental para a criação da Rede de Pesquisa sobre Drogas. Não obstante, subsistia esta estrutura militar, a submissão estrutural ao Gabinete de Segurança Institucional, antiga Casa Militar da Presidência da República.
Neste sentido, a mudança da SENAD para junto do Ministério da Justiça é coerente com a história recente desta instituição. O contrário disto - sua manutenção em uma estrutura militar - seria uma explícita profissão de fé na “guerra às drogas”; já o seu deslocamento para a Casa Civil como uma das primeiras medidas do governo Dilma, constitui-se um indicativo de novos olhares para os múltiplos temas relacionados às drogas.
Diante do pronunciamento de Alexandre Padilha, podemos projetar parte desta nova mirada. Em seu discurso de posse, o novo ministro da saúde, infectologista, falou de seu aprendizado político em meio à construção da resposta brasileira à epidemia de HIV/AIDS, junto às pessoas mais diretamente envolvidas o tema da AIDS em suas vidas, em seus cotidianos. Pois afirmamos: assim como o protagonismo das pessoas vivendo com HIV/AIDS foi essencial para tornar a política brasileira de controle da AIDS um exemplo exitoso, também as políticas de drogas devem ser construídas com a participação de pessoas que usam drogas, ampliando olhares e permitindo avançar. Em uma perspectiva coerente com tais ideias, o novo ministro da saúde manifestou-se especificamente sobre o problema do crack com as seguintes palavras:

Os serviços de atenção não podem fazer com que as pessoas percam sua autonomia, percam o contato com a família, percam o contato com o espaço social onde se constrói sua identidade. Porque nós não queremos pessoas permanentemente internadas, nós queremos evitar esse mal e fazer com que as pessoas sejam ativas e protagonistas na vida e que continuem a viver.

Acreditamos que só é possível enfrentar a questão das drogas, naquilo que afeta a sociedade como um problema social, com o incentivo e a garantia de que as pessoas que usam drogas sejam protagonistas das políticas de drogas. Para além de um posicionamento ético, trata-se de projetarmos modos de vida em conjunto com sujeitos que hoje, diante da complexidade do tema, são ora responsabilizados e criminalizados, ora defrontados com políticas públicas pautadas na tutela, na internação, nos dispositivos de manejo, nas contenções químicas e físicas.
Os esforços no enfrentamento aos usos problemáticos de crack, ao ressaltarem sua parcela “combativa” diante de contextos considerados perigosos e, principalmente, ao ressaltarem os efeitos das drogas sobre o organismo, correm o risco de não olhar para as potencialidades da promoção de sujeitos de cuidado, autores de seus próprios projetos de vida. Devemos observar mais de perto experiências de descriminalização como a de Portugal, que completou 9 anos e é tido como exemplo mundial em redução do uso de drogas entre jovens, nas taxas de criminalidade e nas mortes por overdose, e pelo aumento no acesso a tratamento público de qualidade, no investimento em pesquisa e no acesso à informação. Em tais contextos, torna-se possível aprender o que as pessoas que usam drogas têm a nos ensinar. Torna-se possível a construção de uma política com a participação efetiva das pessoas que usam drogas, incluindo aí o direito de livre organização e a participação destas pessoas nos conselhos sobre drogas nos âmbitos municipal, estadual e federal
Avaliamos positivamente a recente transferência da SENAD para o Ministério da Justiça, e a indicação de Pedro Abramovay para a coordenação geral do órgão, ele que no governo anterior teve participação importante, sendo inclusive o mais jovem Ministro da Justiça brasileiro, em substituição a Tarso Genro. Ao deslocar para a SENAD um quadro político com experiência tão sólida, com forte compromisso com os Direitos Humanos, o governo brasileiro oferece um demonstração inequívoca de que é possível sonhar com uma política de drogas mais humana, democrática e cidadã.
Acreditamos que um dos principais desafios desta nova gestão e nova estrutura institucional da SENAD será, partindo do âmbito do Ministério da Justiça, consolidar as Políticas Públicas sobre Drogas a partir de perspectivas essencialmente intersetoriais. Com relação a isso, também depositamos esperanças de maior abertura para o diálogo entre governo e sociedade civil organizada, e também entre as estruturas de governo responsáveis por articular políticas tão complexas quanto os problemas que buscamos enfrentar.