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sábado, 26 de novembro de 2011
MATURIDADE
MATURIDADE: PESSOAS IDOSAS, PESSOAS FELIZES.
A idade madura é definida como sendo a inserção do indivíduo numa fase vivencial de estabilidade humana na vida social, profissional, intelectual, conjugal e familiar a partir da qual vão se tecendo formas diferenciadas para vivenciar essa estabilidade, apresentada e caracterizada pela maturidade. Tomando como referencial discursivo dessa temática algumas explicações que tratam desse assunto nos espaços da comunicação midiática, quando a maturidade é tratada como “Boa Idade” que trata desse assunto com relevância é possível comprovar que a vida adulta é um período de vivências marcada por várias transições, conotações e transformações relevantes e norteadoras. A vida madura geralmente impõe mudanças substantivas na vida ao longo do tempo de vida que se está vivendo. As várias mudanças ao longo da vida adulta não se limitam unicamente ao nível da cognitividade, mas também na materialidade das práticas existenciais de ser, ter e fazer, o que torna necessário que essa fase seja concebida uma etapa significativa num período evolutivo da vida emocional. A vida adulta é completamente percepcionada como uma fase a partir da qual a pessoa alcança seu estágio maduro tanto de viver a vida, quanto de se relacionar e interagir nos meios sociais onde está inserida. De forma que a maturidade não é um estágio de vida estático, em que as pessoas ficam engessadas e sem iniciativas para operacionalizar suas escolhas e estratégias de viver, e viver bem, mas que vem chegando, muitas vezes até mesmo alheia a percepção e ao querer das pessoas. A maturidade não é algo adquirido mas sim imposto pela vida e sua natureza. O indivíduo alcança a idade adulta, a maturidade, como resultado do processo existencial do ciclo da vida o que se explica pela mudança da faixa etária. Essa mudança se configura em passagens a partir das quais as pessoas vão amadurecendo, e com essa maturidade passam a perceber que não são mais as mesmas de antes e também não se identificam mais com as coisas que na fase mais nova de suas existências tinham outras prioridades. Nessa realidade alguns indicadores são relevantes como intrumentos de análise e confirmação das mudanças existenciais. Dentre eles estão as condições de saúde sob que são postas as pessoas maduras; a aposentadoria do trabalho formal; o papel social na relação de família, e outros. A idade adulta nem sempre é uma confirmação da maturidade pois, temos pessoas jovens mas que já são adultas com o advento da maior idade. A maturidade é diferente. Ela é uma condição humana que se conquista com a aproximação do envelhecimento. E esse envelhecimento não é apenas corpóreo, mas é também mental e emocional, e ele resulta em perdas relevantes, visto que coloca os indivíduos numa condição de disparidade com os outros. Sendo isso um processo natural por ser o resultado da mudança ciclica da vida. Portanto, a maturidade deixa nas pessoas a marca de quem já passou por outras etapas na vida e agora se está passando pela etapa da transposição dos status; jovem, adulto-jovem, meia idade e velhice. Todavia, é significativo referendar que a maturidade tem também seu valor. É o domínio do saber vivido experiencialmente. Mentes saudáveis, porém amadurecidas pela passagem do tempo com aprendizado em nivel de excelência é mesmo o que faz a diferença entre as faixas etárias e concede a pessoa madura uma condição diferenciada no trato com os jovens e na redefinição da sua própria caminhada pela vida que ainda se tem para viver. Nessa posição de pessoa adulta e madura ocorre uma redefinição dos papéis sociais e também outras posturas são observadas e atribuídas. E isso ocorre a partir da fase da senilidade. Então, a maturidade perde a sua expressão.
A vida natural é um ciclo: nascer, crescer, morrer. Dentro desse ciclo, no processo de crescimento nós vamos aos poucos sendo construídos. Passamos por mudanças diversas e em todos os aspectos da nossa vida, tanto no nível orgânico: corpo físico; quanto no emocional: mente sã. Nessa perspectiva a condição existencial humana muda e se transforma em outras prerrogativas e interesses de escolhas para se estabelecer a vida. Portanto, com a mudança da idade que remodelam as interpretações existenciais dos indivíduos maduros e idosos outros saberes são desvelados e novos aprendizados da humanidade são adquiridos. Então, passam a viver cada fase das suas vidas de forma diferenciada e se caracteriza com peculiaridade.
Fazendo uma comparação simples entre duas fazes da personalidade humana: a fase de vida jovem e a idosa ver-se que são totalmente diferenciadas uma da outra, e cada uma a impõe posturas e papéis distintos. Nessa compreensão, chega-se até ao questionamento: Qual é a mais brilhante? Tomando como referência analítica que ser jovem é estar no pódio para tudo; nas possibilidades de que os jovens estão no centro dos interesses contratuais para trabalho e estudo, é favorável reconhecer que a idade preferencial é a jovem. Nesse parecer à idade jovem é a que favorece a todos. Segundo algumas interpretações, que não serão citados aqui no momento, a juventude é a fase dos sonhos mais inusitados que podem existir e por isso ela simboliza a animação para viver e investir; é a fase da virilidade ativa; da alegria inconteste para dar e vender; da descontração e dos desejos mais veementes possíveis. Juventude simboliza a vida ativa. É a fase de investir nos projetos mais mirabolantes possíveis porque ser jovem é ser inventivo e ousado. O espírito de aventura está na cabeça do jovem e ele pode tudo, pois a saúde está com ele, muito embora a realidade esteja o tempo todo dizendo que nem sempre é assim, a sociedade secular insiste em legitimar essa idéia como a essencial quando o assunto é faixa etária.
Quando, a idade avança e se sai desse circuito do ser jovem e se passa para o de ser maduro, idoso, as interpretações e os discursos mudam assumindo outros sentidos e significados. Assim, a vida adulta produz um sujeito que é definido como idoso. Portanto, a perspectiva de um amanhã que já amadureceu e já chegou
à iminência do morrer é a realidade que causa desconforto, instabilidade e insegurança. A visão do futuro é curta e perversa. O aqui e agora; corra porque o tempo urge; faça projetos curtos e bem operacionais passa a ser a melhor estratégia para a idade madura. Todavia, essa é uma forma ideologizada de ver e explicar assa faze da vida madura. Na realidade as coisas não são bem assim e a pessoa idosa não perde a sua capacidade humana de ir mais além mesmo sendo idosa. O idoso é a pessoa que também é inventiva, é sonhadora, ama a vida e quer ir o mais longe que puder, mesmo que em algumas realidades a esperança maior seja a de ver um filho formado, ou a chegada dos netos. O domínio das experiências com o crescimento, rumo à maturidade, é uma ferramenta que o idoso trás na sua bagagem.
A partir das experiências com a maturidade o indivíduo maduro ainda quer ver e viver a vida como algo possível de ser executado. Certamente que aqui algumas questões também se impõem, são relevantes, mas todas podem e devem ser bem respondidas. Qual a estratégia melhor para ser uma pessoa idosa e ser viva, ativa e feliz? O que é preciso fazer para acalentar as esperanças, os sonhos e as utopias, mesmo sendo uma pessoa madura e até ser já aposentada? Idosos ainda têm muitas perspectivas de vida? Ainda podem ter muitas esperanças? Ainda sentem paixão por outra pessoa? Uma pessoa idosa não é a caixinha de “pandora”, cheia de mistérios e causando suspiros de curiosidades. A idade madura é geradora, ou pelo menos deveria ser de muitas surpresas e coisas positivas que se efetivam em um viver com bem estar e sentimentos altruístas e renovadores do corpo da mente.
A maturidade é provocativa e faz nascer nas interioridades um sentimento identitário de paz completa consigo e com o mundo nunca vivido antes e que só é partilhado pelos que estão também vivendo e aprendendo com todos os sentimentos peculiares a maturidade. Certo sentimento de vida interior e exterior muito bem vivida produz um grau de satisfação recompensatório e inédito. Pois, cada atitude, cada iniciativa é sempre muito bem tomada. Cada descoberta é sempre muito bem vinda por ser produto das investigações de mentes experientes, sábias e fronteiriças. São hiper produtivas. Sentimentos de realizações e alegrias povoam o imaginário idoso de forma compensatória e gratificante. A tomada de decisão gera bem estar, alegria e paz. A maturidade gera certeza de etapas cumpridas e bem vividas. De caminhadas longas e construtivas, mesmo que difíceis e dolorosas. Essas etapas ao se cumprirem dão excelentes resultados, e formam o “Portfólio” identificatório do sujeito idoso, maduro,experiente e competente.
Numa abordagem do livro Passagens-crises previsivéis da vida adulta,essa realidade pode ser conferida em profundidade.
A vida é uma instancia máxima onde as pessoas têm todas as oportunidades possíveis e impossíveis de viver e interferir na vida. A passagem dos ciclos é sempre um desvelar dos conteúdos. O confronto com a finitude provoca crises existenciais muito graves e dolorosas, a ponto de causar conflitos sérios e inquietantes. Mas, a vida é uma instancia onde o prazer deve ser desejado e vivido, independente da faixa etária de cada sujeito. O significativo em todas as idades vividas são as certezas de que se investiu bem, e os resultados foram proveitosos. E, a interação humana e social entre cada sujeito e sua idade será apenas a porta para o enriquecimento de cada um, cada qual vivendo os seus contextos e as suas experiências da melhor forma, no melhor tempo e estilo que lhe for possível viver. Chegar à idade madura termina por ser um ajuste de contas. Um ano vivido com descobertas várias, com decisões tomadas e muitas escolhas feitas. Sim, isso é o que há de mais gratificante e especial. É o confronto com as mudanças, com os desencantos de não poder mais sonhar com as borboletas cor de rosa. Mas, é também o saber expressar e viver sentimentos de realização da missão cumprida. Estar convicto de que nada foi por acaso, nada foi em vão e de que todas as decisões tomadas, e investidas feitas é o que pode haver de mais prazeroso e realizador para qualquer ser humano que estiver passando pela experiência da idade madura. No relato a seguir a idade madura, e o significado do ser idoso faz muito sentido. Ser idoso e permanecer sendo uma pessoa jovem espiritualmente, proativa e realizada, rumo ao infinito pode trazer experiências prezerosas.
“Se a força física e os prazeres dos sentidos forem considerados os maiores prazeres da vida, então nos negamos ser, após a juventude, qualquer coisa senão uma maré baixa de experiências. Se não encontramos nada que substitua a acumulação de bens e êxitos, então nos prendemos na armadilha de uma meia-idade cediça e rotineira. No entanto, as alegrias da autodescoberta estão sempre à nossa disposição. Ainda que entes queridos saiam de nossas vidas e entrem nela, a capacidade de amar permanece. E para o espírito libertado dos esforços constantes dos primeiros anos, resta tempo mais tarde para ponderar sem interrupção sobre os mistérios da existência. A coragem de dar novos passos permite-nos abandonar cada estágio com suas satisfações e encontrar as novas respostas que a liberarão a riqueza do estágio seguinte. O poder de animar todas as estações da vida é um poder que vive dentro de nós mesmos” (Gail Sheehy, p 482, 1981).
Certamente que aniversariar na idade adulta é acrescentar mais um ano no calendário da vida e isso pesa muito. Dúvidas e inquietações surgem de montão. Mas, é também o confronto com os avanços na idade e com a fragilização de incrementar ações que ainda estão incompletas nos mundos imaginários e nos universos dos desejos. Porém, é poder ir saindo da condição de mocinho e entrando na condição de idoso, usando os recursos que foram obtidos a partir da maturidade construída. Então, gradualmente, os indivíduos vão se tornando em pessoas maduras e pessoas idosas. Por certo que são experientes, possuem sabedoria, são polidos, sabem ser seletivos e possuem um tipo de beleza que lhes é peculair. Esse é o processo natural da vida. No final de tudo, as faixas etárias coexistem num mesmo espaço social e mesmo que essa coexistência se dê em tempos e formas diversificadas, em função até de ideários de vida antagônicos no universo dos sonhos e dos desejos que são antropologicamente instaurados nas mentes e em padrões e normas difusos, é notório que as experiências da maturidade humana são de valia significativa na interação social das práticas de vidas dos sujeitos. Nesse parecer, as idades diferentes só corroboram para a valorização do status social das identidades maduras.
Portanto,maturidade simboliza um estado natural de ser da pessoa que alcançou a idade adulta. O estado de ser maduro, ou de estar ficando maduro remete a situação de vida na qual a pessoa demonstra postura de vida concatenada com sua intimidade, sua individualidade, suas escolhas e formas de interagir socialmente. A maturidade suscita uma postura de vida coerente a partir da qual as escolhas são feitas e as posições são assumidas com autonomia e independência de fatores externos. Numa interpretação psicológica a resposta cognitiva que é dada pela pessoa madura tem valor fundamental para o reconhecimento próprio e o exercício da maturidade. Equilíbrio emocional é requisito fundante da maturidade. Pessoas que já viveram suas faixas etárias anteriores, passando por todos os percalços que essas idades demandaram, chegam na idade adulta maturadas. Essa maturação é a condição essencial para que se viva os percalços da outra, idade adulta, até a chegada final do período da senilidade, que é a velhice propriamente dita. Dizendo de outro modo, a maturidade estabiliza o sujeito com a sua interioridade e exterioridade dentro da sua faixa etária, dando para ele uma excelente auto-percepção de si mesmo e da caminhada pela vida, em nível do que se fez, e que se deixou de fazer e do tempo restante para realização do que ainda está faltando. Nessa perspectiva o espelho, do qual trata o teórico Lacan, tem uma função extremamente importante e útil, visto que revela ao sujeito sua auto-imagem com todas as suas nuanças e mudanças no organismo. As rugas, as barriguinhas e as pelancas estão nessas nuanças. No espelho, a auto-imagem denuncia, ou pelo menos se espera que denuncie, a idade da pessoa e assim a maturidade é justificada. A maturidade é libertária. Quebra mitos. Impõe mudanças. Redefine valorações. Sugere revoada para outras paragens da vida. Leva aos confrontos existenciais. Força as sensiblidades emocionais. Restaura os afetos. Afrouxa as lágrimas. Fortalece a espiritualidade. Revitaliza o mundo do real. Alarga as fronteiras. A maturidade implica nas mutações. Mas, não apenas nisso. Implica no auto-reconhecimento dessas mutações e como as pessoas podem tirar partido delas para revitalizarem suas vidas saindo em busca de novos achados, novas conquistas e reviver para cada nova experiência que certamente a vida trará para cada pessoa.
Esse texto nasce da minha própria experiência. Trazendo toda essa explicação para minha realidade pessoal de Mulher hoje, eu posso dizer que eu já estou vivendo essa experiência do inicio da minha maturidade agora, e com muita satisfação. Ser Mulher Madura para mim, é muita responsabilidade. Sendo hoje o dia do meu aniversário essa constatação tem um significado brilhante. Penso que o meu estágio de Mulher madura vem como dádiva da vida. Visto que, muitas pessoas passam pela vida sem conseguir perceber suas condições de existência humana. Sem contar que outras não tiveram e outras não terão, oportunidade de completar mais um ano de vida, de se alegrar por ver a data do seu nascimento, de chegar a sua maturidade porque já se foram desta vida para outra. Não importa a idade que se esteja fazendo quando se está bem consigo mesmo. A maturidade será sempre muito bem vinda. Pode ser a idade que for: 50, 60, 70 ou até mais. Em minha opinião e na minha experiência o mais importante é me saber estar sendo honrada pelo Pai Celestial, recebendo das suas mãos tamanha dádiva. Poder me ver, me escutar, me pensar e me conhecer enquanto mulher madura, já depois dos sessenta, me faz feliz, me deixa alegre e humorada. Então, eu posso dizer: eu consegui chagar aonde cheguei e quem mais vai conseguir passar por essa experiência em suas caminhadas?
Aqui, eu só posso dar obrigada a Deus porque Ele está me agraciando com mais essa oportunidade. Completude! Esse é o sentimento que me ocupa hoje.
25 de novembro de 1949 foi um dia que o Senhor fez e nele me trouxe para o mundo. Por isso eu me regozijo e me alegro nele! E então, em agradecimento, eu tomo a liberdade de orar como o salmista: “Ensina-me a contar os meus dias, para que eu possa alcançar coração sábio”. (Salmo 90:12)
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M.FiS - Socióloga
Consultoria Clínica de Projetos e Pesquisas
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
A ARTE DE DAR...
"Na esfera das coisas materiais, dar significa ser rico. Não é rico quem muito tem, mas quem muito dá. O ávaro que ansiosamente receia perder alguma coisa é, psicologicamente falando, o homem pobre, empobrecido, não importa quanto possua. Quem é capaz de dar de si é rico. Põe-se à prova como quem pode conceder de si aos outros. Só quem for privado de tudo quanto vá além das mais simples necessidades da existência será incapaz de gozar o ato de dar coisas materiais. Mas, a experiência diária mostra que aquilo que alguém considera como necessidades mínimas depende tanto de seu caráter quanto de suas posses efetivas. É bem sabido que os pobres são mais inclinados a dar do que os ricos. Não obstante, a pobreza além de certo ponto pode tornar impossível dar, e assim é degradante, não só pelo sofrimento que causa diretamente, mas pelo fato de privar o pobre da alegria de dar.
A mais importante esfera de dar, entretanto, não é a das coisas materiais, mas está no reino especificamente humano. Que dá uma pessoa a outra? Dá de si mesma, do que tem de mais precioso, dá da sua vida. Isto não quer necessáriamente dizer que sacrifique sua vida por outrem, mas que lhe dê daquilo que em si tem de vivo; de-lhe de sua alegria, de seu conheciemnto, de seu humor, de sua tristeza - de todas as expressões e manifestações daquilo que vive em si. Dando assim de sua vida, enriquece a outra pessoa, valoriza-lhe o sentimento de vida da outra pessoa, valoriza-lhe o sentimento de vitalidade ao valorizar o seu próprio sentimento de vitalidade. Não dá a fim de receber; dar é, em si mesmo requintada alegria. Mas, ao dar, não pode deixar de levar alguma coisa à vida da outra pesoa, e isso que é levado à vida reflete-se de volta no doador; ao dar verdadeiramente, não pode deixar de receber o que lhe é dado de retorno. Dar implica fazer da outra pessoa também um doador e ambos compartilham da alegria de haver trazido algo à vida. No ato de dar, algo nasce, e ambas as pessoas envolvidas são gratas pela vida que para ambas nasceu. Com relação ao amor, isso significa que: o amor é uma força que produz amor.
Quase não é nessário acentuar o fato de que a capacidade de dar depende do desenvolvimento do caráter da pessoa. Pressupõe o alcançamento de uma orientação predominantemente produtiva; nessa orientação a pessoa superou a dependência narcisista, o desejo de explorar os outros, ou de amealhar, e adquiriu fé em seus próprios poderes humanos, coragem de confiar em suas forças para atingir seus alvos. No mesmo grau em que faltarem essas qualidades é ela temerosa de dar-se - e, portanto, de amar..."
___________________________________________________________________________________
Texto trancrito do Livro A Arte de Amar.
Páginas: 46 a 48
Autor: Erich Fromm
Editora Itatiaia Limitada, 1986 - Belo Horizonte
Vale a pena conferir, mesmo que a publicação seja antiga. Acho que deve ter uma edição mais atualizada.
A mais importante esfera de dar, entretanto, não é a das coisas materiais, mas está no reino especificamente humano. Que dá uma pessoa a outra? Dá de si mesma, do que tem de mais precioso, dá da sua vida. Isto não quer necessáriamente dizer que sacrifique sua vida por outrem, mas que lhe dê daquilo que em si tem de vivo; de-lhe de sua alegria, de seu conheciemnto, de seu humor, de sua tristeza - de todas as expressões e manifestações daquilo que vive em si. Dando assim de sua vida, enriquece a outra pessoa, valoriza-lhe o sentimento de vida da outra pessoa, valoriza-lhe o sentimento de vitalidade ao valorizar o seu próprio sentimento de vitalidade. Não dá a fim de receber; dar é, em si mesmo requintada alegria. Mas, ao dar, não pode deixar de levar alguma coisa à vida da outra pesoa, e isso que é levado à vida reflete-se de volta no doador; ao dar verdadeiramente, não pode deixar de receber o que lhe é dado de retorno. Dar implica fazer da outra pessoa também um doador e ambos compartilham da alegria de haver trazido algo à vida. No ato de dar, algo nasce, e ambas as pessoas envolvidas são gratas pela vida que para ambas nasceu. Com relação ao amor, isso significa que: o amor é uma força que produz amor.
Quase não é nessário acentuar o fato de que a capacidade de dar depende do desenvolvimento do caráter da pessoa. Pressupõe o alcançamento de uma orientação predominantemente produtiva; nessa orientação a pessoa superou a dependência narcisista, o desejo de explorar os outros, ou de amealhar, e adquiriu fé em seus próprios poderes humanos, coragem de confiar em suas forças para atingir seus alvos. No mesmo grau em que faltarem essas qualidades é ela temerosa de dar-se - e, portanto, de amar..."
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Texto trancrito do Livro A Arte de Amar.
Páginas: 46 a 48
Autor: Erich Fromm
Editora Itatiaia Limitada, 1986 - Belo Horizonte
Vale a pena conferir, mesmo que a publicação seja antiga. Acho que deve ter uma edição mais atualizada.
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