sexta-feira, 26 de agosto de 2011

ATIVISMO










Ativismo: O que é?
Segundo os dicionários da língua portuguesa o ativismo é um sistema de ética em que o ato constitui o valor principal (filosofia) No sentido filosófico, o termo Ativismo pode ser descrito como qualquer doutrina ou argumentação que privilegie a prática efetiva de transformação de uma dada realidade em detrimento da atividade exclusivamente especulativa. Nesse sentido, freqüentemente subordina sua concepção de verdade e de valor. É também estilo impressionista, em que se empregam os gêneros literários para propaganda de idéias políticas (literário). O Ativista é a pessoa partidária, ou não, que faz ativismo (Conf. Novo Dicionário da Língua Portuguesa, edição 1980 – pag. 76 – Editora EGÉRIA). Numa outra definição, ativismo é doutrina ou prática de dar ênfase a ação vigorosa. Por exemplo, ao uso da força para fins políticos. O ativista é o que pertence ou defende o ativismo; que tem características do ativismo; pessoa que defende ou pratica o ativismo (Conf. Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa – Michaelis, 1998 – Melhoramentos – Cia de São Paulo – pag. 124). A ativista é aquele que atua que exerce uma ação; também define o que é diligente, aplicado; é contínuo; informante ou informação que está sendo utilizada pelo sistema ou acionado por um determinado programa. Conceituando, pode-se dizer que o ativismo é o exercício de uma prática social politicamente construída, constituída por interpretações de conteúdos originados de interpretações filosóficas e ideológicas, estimulados por visões de mundo e vivências humanas. No nível prático, ativismo se constitui em práticas políticas sociais devidamente e coletivamente instituídas, configuradas em Movimentos Sociais organizados e engajadas, buscando resoluções junto aos poderes constitucionais a fim de que sejam dirimidas as situações conflituosas, por serem incomodas e divergentes dos princípios éticos e morais constitucionais regentes da vida em sociedade. A prática ativista nasce da compreensão íntima do sujeito, tanto dos seus direitos, por um lado, quanto de seus deveres, por outro, de cidadão. A compreensão dessa condição social estimula a pessoa a desenvolver a sua responsabilidade humana e política a buscar, em articulação com outros indivíduos, junto aos poderes políticos respostas e soluções para situações problemáticas vividas por populações em vulnerabilidade de vida social em suas diversificadas manifestações.
Alargando a interpretação do que vem a ser o termo ativismo, dizemos que usualmente, ele pode ser entendido como a militância ou as ações continuadas dos sujeitos, com vistas à mudança social, a mudança na cultura política da sociedade, onde a ação direta, quanto indireta, é incentivada, mas, também se usando metodologias pacíficas, sem violência, muito embora às vezes essas ações também aconteçam num a expressão de violências ficando isso a critério da obtenção de respostas ao que está sendo reivindicado; incluindo a defesa, a propagação e a manifestação pública das idéias teórica e filosoficamente sustentadas. O ativismo pode também se manifesta como atos de protesto passivo, de greve, de desobediência civil ou de franca militância ativa, como é o caso das ações de determinados movimentos, como os sem terra, buscando a reforma agrária, o movimento feminista lutando pelos direitos da mulher no mercado de trabalho, na saúde e contra a violência.
No que concerne as metodologias no que tange ao enquadramento legal e eleitoral das democracias representativas e também participativas, o ativismo assume habitualmente o formato de ações ativistas na política social governamental, nas manifestações midiáticas da imprensa escrita e falada, nas propagandas eleitorais, dentre outras. As ferramentas estratégicas que são usadas no ativismo perpassam diversos canais da comunicação: remessa de cartas abertas às populações, organização de audiências públicas em Câmaras de Vereadores para denunciar situações calamitosas que não estão sendo tratadas pelos gestores políticos governamentais, participações em reuniões de fóruns, publicação de textos contestatórios na imprensa jornalística, entrevistas à imprensa e a dirigentes políticos em prol da postura das autoridades governamentais; promoção de debates que estejam tratando de questões alusivas ao que aquele ativismo está pontuando; seguir, reiterando outros comportamentos de outros ativistas que tem similaridades delineadas que está sendo veiculado, por considerá-lo significativo, visto que contribui para a causa que podem ser: boicotar a aquisição de certos produtos por conta da excessiva elevação dos preços, nas compras individuais ou de grupo; ou ainda a realização de manifestações públicas tanto nas aquisições individuais, como coletivas. As estratégias usadas para esse tipo de ação são manifestações públicas através de marchas com faixas e cartazes, recrutamento de simpatizantes, abaixo assinados, ato público, e muitos outros.

Miriam Fialho da Silva.
Mestre em Sociologia -
Coordenadora de Programas,
Projetos Sociais e Pesquisa do Grupo ASQV.