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segunda-feira, 27 de agosto de 2012
AIDS NO BRASIL HOJE: O QUE NOS TIRA O SONO?
Sugiro que você leia essa Materia com toda atençao que poder. Ela esta na pauta do movimento AIDS em todo o nosso país e também no mundo.
RESPOSTA À AIDS TIRA O SONO DE DOCENTES E PESQUISADORES E REPRESENTANTES DA SOCIEDADE CIVIL.
“O que nos tira o sono” é o mote do manifesto lançado nessa terça-feira (21/08) e que aponta sérios problemas no controle da epidemia de aids no Brasil. Docentes, pesquisadores e integrantes da sociedade civil que assinam o manifesto estão preocupados com a resposta à epidemia no país, que tem apresentado indicadores negativos e produzido um senso comum de que a doença deixou de ser um problema de saúde pública.
o Aumento de 10% no número de óbitos, saindo de 11.100 óbitos em 2005 para 12.073 em 2010. O número equivale a um óbito por hora.
o Redução do número de gestantes com o HIV que recebem o tratamento que pode evitar a transmissão do vírus para o recém nascido: de 53,8% das gestantes soropositivas para o HIV em 2005 para 49,7% em 2008. A falta de diagnóstico e tratamento resulta em três casos de aids em recém-nascidos a cada dois dias.
o Aumento de 12% no número de casos de aids: de 33.166 casos em 2005 para 37.219 em 2010.
o Apesar disso, estados, como São Paulo, reduzem o número de médicos e fecham serviços e leitos especializados.
Para dar voz ao protesto foram criados um blog (http://oquenostiraosono.tumblr.com/manifesto) e uma página no Facebook (https://www.facebook.com/pages/Aids-No-Brasil-o-que-nos-tira-o-sono/512771618737320) que abrem espaço para sugestões que possam contribuir para melhoria do cenário e convidam os visitantes a apontarem outros problemas na resposta à epidemia.
Há uma semana da realização do VI Fórum Latino-americano e do Caribe em HIV/Aids e do IX Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, a referência à insônia é um contraponto à declaração de dirigentes do Ministério da Saúde que, durante a XIX Conferência Internacional de Aids, realizada em Julho, nos Estados Unidos, disseram que nada no Brasil em relação à aids tira o sono deles.
O manifesto é assinado por 54 docentes, pesquisadores e integrantes da sociedade civil e 14 instituições: Núcleo de Estudos para a Prevenção da Aids(NEPAIDS/USP); Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA);Católicas Pelo Direito de Decidir (CDD); Grupo de Resistência Asa Branca (GRAB); SOMOS - Comunicação, Saúde e Sexualidade; Grupo Pela Vidda SP; Projeto Purpurina; Fórum de ONG/Aids de São Paulo; GIV – Grupo de Incentivo à Vida; GAPA - RS; RNP+ Núcleo Rio de Janeiro; GAPA - SP; Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde; Sapatá - Rede Nacional de Promoção e Controle Social em Saúde de Lésbicas Negras.
Participem, entrem no blog http://oquenostiraosono.tumblr.com/manifesto
Você pode mandar sua opinião, compartilhar o que tem tirado seu sono e o que garantiria seu sono
Curtam a página no Facebook https://www.facebook.com/pages/Aids-No-Brasil-o-que-nos-tira-o-sono/51277161873732
Ajudem a divulgar
Qualquer dúvida ou demanda de imprensa, enviem para: manifestoaids@gmail.com
Vejam a íntegra do manifesto:
AIDS NO BRASIL HOJE:
O QUE NOS TIRA O SONO?
Enquanto o mundo discute a interrupção da transmissão do vírus da aids, o Brasil perde o controle sobre a epidemia e dorme tranquilo. É o que se pode concluir a partir da XIX Conferência Internacional de Aids, realizada nos Estados Unidos no último mês de julho.
Pela primeira vez na história da epidemia, o mundo ouviu o anúncio de que o conhecimento acumulado, os compromissos assumidos em nível global, as conquistas no campo dos direitos humanos e as tecnologias hoje disponíveis nos permitem ambicionar a erradicação da aids. Na mesma Conferência, porém, ao ser questionado sobre “o que lhe tira o sono hoje?”, o representante do governo brasileiro respondeu que “dorme tranquilo”.
A afirmação de que a epidemia de aids está sob controle no Brasil, além de falaciosa, tem prejudicado a resposta nacional, despolitizando a discussão e afastando investimentos internacionais. Se no passado, declarar que éramos o melhor programa de aids do mundo legitimou as decisões ousadas que outrora caracterizaram o programa brasileiro e que tantos benefícios trouxeram à população, o que temos hoje é, pelo contrário, um programa desatualizado, cujos elementos são insuficientes para enfrentar a configuração nacional da epidemia.
Os atuais indicadores sugerem o esgotamento da nossa capacidade de intervir e de evitar que um número maior de pessoas se infecte e morra em decorrência da aids.
Se é verdade que hoje temos conhecimentos e tecnologias suficientes para erradicar a aids, é também verdade que no Brasil de hoje não os estamos utilizando em sua máxima potência. Conhecimentos acumulados não estão se transformando em políticas públicas que nos coloquem no caminho da última década da epidemia. Novidades no âmbito das tecnologias de prevenção não estão sendo amplamente discutidas e estudadas em nosso contexto. Informações sobre estas novidades não estão sendo incorporadas na formação dos técnicos, nem no diálogo com usuários e pacientes. Grupos mais vulneráveis não estão sendo atendidos com a prioridade que necessitam.
Reconhecer a diversidade de demandas e necessidades presente no cotidiano do país e construir respostas que com elas dialoguem é papel da política pública e só poderá ser feito se todos os setores interessados forem ouvidos, se estudos nacionais forem feitos, se a ação da sociedade civil for fortalecida.
É preciso ousadia para formular políticas que efetivamente ofereçam à população condições para se proteger da infecção e do adoecimento por aids, respeitando a autonomia dos cidadãos, reduzindo vulnerabilidades e assegurando direitos.
É preciso ousadia para redirecionar os esforços para o enfrentamento da epidemia nas populações mais expostas ao risco de infecção, articulando-as a ações para a população geral.
É preciso, em síntese, ousadia para rever a resposta brasileira à epidemia de aids, superar antigos pressupostos e adotar novas práticas, recuperando os princípios essenciais que fizeram da resposta brasileira um exemplo para o mundo.
A capacidade de reconhecer problemas e de mobilizar a sociedade em torno da busca de soluções foram os principais fatores que marcaram a resposta à aids no Brasil.
Na luta contra a epidemia e em defesa dos direitos humanos, aprendemos que todos somos parte da solução. Mais do que dormir e sonhar, queremos construir a muitas mãos as condições para que, no Brasil, a quarta década possa ser a última.
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Estamos postando essa matéria em nosso blog porque também somos pesquisadora desse assunto, e também estamos dentro do Ativismo que milita nessa causa. Estamos já na terceira década da AIDS no mundo e ao longo de todo esse tempo podemos observar que houve muitos avanços no enfrentamento dessa Pandemia, porém, com uma mudança substantiva que houve no seu perfil, a partir da Terapia ANTI-RETROVIRAL, usada aqui no Brasil desde 1997 com a elaboração do Programa Nacional (hoje sendo reduzido a um departamento), a partir da qual as pessoas vivendo com o diagnóstico de soropositivo poderem barganhar mais tempo de vida, afastando de se a iminência do morrer e resgatando suas esperanças de poder viver e viver bem. Ao longo dessas três dédecadas muitas outras questões decorrentes da epidemia começaram a surgir e o Movimento Nacional da AIDS precisou se fortalecer muito na busca de outras políticas públicas mais arrojadas para melhoria e viabilização do viver com HIV e AIDS. Os avanços na direção da melhoria da qualidade de vida foram impondo que outrosa olhares dessem visibilidade ao que estava subjacente no trato da epidemia, bem como outras semânticas fossem usadas para se tratar do assunto. Sentar nas mesas com os gestores a fim de discutir as outras Agendas e definir outras Pautas para o trato da questão HIV e AIDS requereu prioridades.Também houve outras demandas que tiveram de ser traziadas para discussão: as questões das Vacinas em Teste; a quebra das patentes dos laboratórios bara barateamento dos preços dos medicamentos; a elaboração do preservativo feminino, dando outra opção para a prevenção. memlhorando a relação de gênero, dentre tantas outras. Passadas essas três décadas, estamos vivendo hoje um desgaste no enfrentamento dessa epidemia. Para as Agências mundiais, que estiveram nesses trinta anos interessadas na AIDS, o trato dessa Pandemia não está mais nas Pautas Globais. Os interesses mundiais não estão mais focando a AIDS como um assunto que precisa ser urgentimente resolvido. AIDS não tem cura, seguno a Organização Mundial da Saúde ela é uma doença crônica que tem tratamento e esta tudo certo. Os agravos dolorosos do viver com HIV e AIDS são assuntos que dizem respeito apenas aos que estiverm vivendo com ela. Essa é a questão que está preocupando toda a população do Movimento de Lutas contra a AIDS: ativistas, estudiosos do assunto, pesquisadores começamos a percerber que vamos ter que rememorar para reativar e fortalecer o Movimento para dar mais um passo na direção do combate a Pandemia/Epidemia da AIDS, e vaos ter novamente que fortalecer as açoes políticas junto aos gestores para reacender em suas visões que só quem dorme tranquilo, achando que est´pa tudo bem com a AIDS são aqueles despossídos de sensibilidade e descompromissados com a causa. São os que são sombrios, e que estão a serviço dos interesses do poder maléfico do Estado Capitlista.
Voltaremos a tratar desse assunto aqui no blog brevemente, fiquem atentos.
Abraços em todos e em todas! E vamos a luta,pois ela ainda continua!
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Miriam Fialho
Membro da Coordenação Colegiada do
Fórum Articulação AIDS PE
Assesora de Projetos, Estudos e Pesquisas do
Grupo ASQV.
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