quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

VAMOS PRECISAR DE TODO MUNDO...





1º de dezembro – Dia Mundial de Luta contra AIDS
Vamos precisar de todo mundo

Recife, 10 de dezembro de 2012.
A Assembleia Legislativa de Pernambuco
Att da Deputada Izabel Cristina


Articulação AIDS em Pernambuco fundada no segundo semestre de 1996 em Recife, é um fórum de articulação política do movimento de luta contra a AIDS que congrega Organizações da Sociedade Civil, Redes, Movimentos e Ativistas Independentes que atuam no campo da luta contra a AIDS no Estado, sem distinções religiosas, raciais, étnico-raciais, ideológicas, de gênero, de classe social, de orientação sexual, de faixa etária, partidárias ou sorológicas.

A epidemia da AIDS já entrou na sua 4ª década e apesar dos esforços olvidados no seu enfrentamento ainda estamos nos deparando com situações contextuais perversas, envolvendo as populações de forma cada vez mais complexa, quando se vê a elevação dos índices de infecção e de mortalidade em situação de ascendência cada vez mais expressiva. Em Pernambuco, temos atualmente um total de 17.459 casos de AIDS, sendo 11.219 homens e 5.736 mulheres.
No trato dos avanços dessa epidemia o movimento de luta contra a AIDS reconhece todos grandes esforços e avanços para superação da epidemia de AIDS nos investimentos do Estado brasileiro por meios de políticas públicas gestadas pelos seus governos, investindo nas melhoras das condições existenciais da população vivendo com HVI e AIDS, principalmente nas ações referentes à garantia do acesso aos medicamentos, às novas tecnologias e métodos que buscam agilizar o diagnóstico e o tratamento. Contudo, esse mesmo movimento que visualiza e reconhece essas ações governamentais também, tem identificado em todo o território nacional que essas mesmas políticas são incipientes para o enfrentamento a epidemia da AIDS, principalmente quando percebemos o surgimento de determinadas doenças agregadas com a condição da infecção pelo HIV e AIDS como a coinfecção por tuberculose e as hepatites virais.
Dentre tantas outras doenças oriundas da condição de soropositividade apontamos também como bastante problemáticas algumas questões subjacentes a situação de infecção, como a assistência, o acolhimento em casas de apoio; a insuficiência e as vulnerabilidades dos serviços para cirurgias reparadoras nos casos da Lipodistrofia e Lipoatrofia e outras patologias decorrentes dos efeitos colaterais da Terapia Anti-Retroviral; investimento insuficiente no sentido de ampliar a capacidade dos serviços que já foram instalados, habilidade e competência para produção de antirretrovirais e dos princípios ativos e, aplicar as leis, caso haja violação desses direitos, além do pouco investimento político e orçamentário para efetivação dos Planos de Enfrentamento, como o da Feminização da AIDS, e o de Gays/HSH/Travestis. Neste momento, atualizamos o contexto da epidemia de AIDS em Pernambuco, ressaltando as principais problemáticas:

·         Em relação à assistência, destacamos a ausência de casa de apoio. Enfrentamos a ausência de uma política que amplie e fortaleça as casas de apoio para a população vivendo com HIV/AIDS em situação de rua, além de pautar a necessidade de inclusão das mesmas na política pública de habitação.
·         A Articulação AIDS em Pernambuco vem, ao longo dos anos, construindo incidência para pautar diálogo e articulações com os espaços de controle social e gestão. Durante todo esse processo, avaliamos que a casa abrigo não pode ser compreendida como acesso a moradia para as pessoas soropositivas para o HIV e AIDS, como vem sendo compreendida no nosso Estado. Tirar as pessoas da rua é uma ação emergencial que precisa está articulada a uma política estrutural. Sendo assim, na política de entrega de unidades habitacionais em todas as regiões do Estado, devem-se priorizar as pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social, incluindo as pessoas vivendo com HIV e AIDS.
·         O não cumprimento de intersetorialidades da rede pública de saúde, o número insuficiente de unidades de referência e de profissionais especializados para realização dos procedimentos cirúrgicos em pessoas vivendo com AIDS que sofrem com Lipodistrofia e Lipoatrofia, compromete severamente desta população, provocando baixa autoestima, acarretando depressão, isolamento do convívio social, além do descontentamento com a vida, chegando a atentar contra a própria vida, chegando óbitos de fato. Compreendemos que estas, entre outras questões, violam o direito de ir e vir e do exercício pleno da cidadania. Também é importante garantir o tratamento da AIDS e doenças oportunistas com o implemento nas regiões do Estado  com a expansão do número de leitos para atendimento as pessoas que vivem com HIV e AIDS e coinfecções nos hospitais de Pernambuco, pois é comum se ver pessoas encaminhadas de hospital para hospital pela falta de acomodações causando inchaço nas enfermarias da capital.
·         Lei de proteção para pessoas vivendo com HIV/AIDS - hoje não possuímos leis em nosso Estado que garantam os direitos dessa população. Esta ausência de proteção contribui para vulnerabilidade desta população que vivencia o estigma, preconceitos, além de episódios de violência.
·         Iniciativas como a criação do Plano de Enfrentamento da Epidemia de DST/AIDS entre Gays, HSH e Travestis e Plano Estadual de Enfrentamento a Feminização da Epidemia de AIDS foram fortemente apoiados pelos movimentos sociais, consta como prioridades nas pautas dos governos municipais, e estadual, no entanto os recursos necessários a sua execução, continuam sem dotação orçamentária específica para implementação das ações planejadas. Os referidos Planos necessitam de compromisso político para sua efetivação, sendo necessário financiamento estadual para o desenvolvimento das ações, bem como comprometimento das secretarias envolvidas nos processos. Também se faz necessário garantir a resposta intersetorial, além do fortalecimento do diálogo com os movimentos sociais, respeitando seus papéis políticos diferenciados na sociedade.
·         A epidemia da AIDS atinge principalmente as pessoas em situação de vulnerabilidade social. As mesmas precisam realizar regularmente consultas e exames, buscar medicamentos, entre outras necessidades que fazem parte de seu tratamento. Grande parte dessas pessoas, mesmo as residentes na Região Metropolitana do Recife, não dispõe de recursos para o seu transporte e/ou para seus acompanhantes. A Articulação AIDS em Pernambuco coloca em sua pauta de reivindicação a importância de instituir, mediante Lei de iniciativa do executivo, o benefício do Passe Livre para Pessoas Vivendo com HIV/AIDS. Porém, é importante ressaltar que para se instituir a referida lei, é necessário um diálogo com o movimento social no sentido que este possa contribuir com os mecanismos para que, mesmo sem intenção e/ou propósito, a discriminação e o estigma das pessoas vivendo com HIVAIDS não seja reforçado.
·         A epidemia do HIV/AIDS atravessa todas as geracionalidades, percebemos que crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos vivenciam a soropositividade para o HIV de formas distintas e com necessidades diferenciadas. Porém, a geracionalidade na maioria das vezes serve apenas para indicar números, mas não há um aprofundamento qualitativo de reflexões e ações que respondam as vulnerabilidades e vivências da soropositividade para o HIV e a AIDS. A Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV e AIDS - Núcleo Pernambuco evidencia a necessidade da formulação de plano de políticas para o enfrentamento da epidemia do HIV/AIDS entre adolescentes e jovens, principalmente para fortalecer a cidadania desta população que tem sofrido com a discriminação que favorece o afastamento deste público da escola, do lazer, da inserção no mercado de trabalho, enfim da vida social e cultural no seu todo.
·         Evidenciamos nosso descontentamento pelo abandono do Programa Saúde Prevenção nas Escolas/SPE que para nós é de grande importância. Através dele temos um diálogo com os núcleos escolares no que diz respeito à formação e sensibilização para abordagem temática sobre HIV/AIDS.
·         Os movimentos sociais enfrentam crise de sustentabilidade, que prejudica sua atuação política. Tendo estes sujeitos políticos colaborados para o fortalecimento da democracia na sociedade pernambucana, fortalecido a gestão a partir da contribuição com a formação de seus funcionários e quadros políticos, influenciado as políticas publicas no sentido da inclusão dos diversos grupos sociais. Neste sentido, se faz necessário que o governo estadual reconheça e fortaleça os movimentos sociais, entre eles a Articulação AIDS em Pernambuco e a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS de Pernambuco, respeitando sua independência. Sendo assim, defendemos Implantação de um fundo público para financiamento das ações do movimento de luta contra AIDS.
·         Os movimentos sociais e as organizações da sociedade civil foram e são sujeitos políticos importantes na construção e fortalecimento da democracia em Pernambuco. Sendo assim, é importante instalar diálogo com a Articulação AIDS em Pernambuco, com a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS - Núcleo Pernambuco, com a Rede Nacional dos Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS – Núcleo Pernambuco tendo estes movimentos 02 (duas) audiências por ano, diretamente com o poder executivo e legislativo estabelecendo um canal de comunicação política.


Diante da exposição de tal contexto o Fórum Articulação AIDS em Pernambuco solicita a Deputada Isabel Cristina recomendação para a criação de uma Frente Parlamentar de Enfrentamento a Epidemia da AIDS, Tuberculose e Hepatites Virais em Pernambuco em 2013, por acreditar ser este um dos mecanismos essencial que articula o poder Legislativo, e o poder Executivo a fim de que possam dialogar e avaliar, propor e, implementar política pública que articule a assistência e a prevenção às pessoas vivendo com HIV e AIDS, além de fortalecer os Planos de Enfrentamento da epidemia entre as mulheres, homens e população LGBT. Compreendemos que a Assembleia Legislativa é a casa do debate, é a casa do diálogo, e da representação dos anseios de cidadãs e cidadãos. Sendo assim, a criação de uma Frente Parlamentar é uma ferramenta indispensável para contribuir no desenvolvimento das ações de enfrentamento da epidemia da AIDS, Tuberculose e Hepatites Virais em Pernambuco, o que só fortalecerá o enfrentamento desta problemática, presente na vida de cidadã e cidadãos pernambucanos/as.

No contexto social e político no qual a epidemia da AIDS se inscreve na sociedade pernambucana, ainda observamos que a fragilização da gestão governamental das políticas públicas de saúde, trabalho, habitação, educação por um lado; e por outro, as dotações para a execução dos planos de enfrentamento das questões existenciais de quem está vivendo com HIV e AIDS continuam sendo emergenciais, requerendo um envolvimento maciço das instituições sociais: família, economia, cultura e lazer, trabalho, dentre outras. A Articulação AIDS em Pernambuco, a Rede de Nacional de Pessoas Vivendo com HIVAIDS - Núcleo Pernambuco, a Rede Nacional de Jovens Vivendo com HIV/AIDS – Núcleo Pernambuco acreditam que a incorporação da luta contra AIDS na agenda do Poder Legislativo será um mecanismo importante para garantir a qualidade de vida das pernambucanas e pernambucanos que lutam cotidianamente para  manterem-se vivos e vivas, como foi afirmado no 1º Vivendo Nordeste, realizado no mês de novembro de 2012 aqui em Recife, que estamos diante de um contexto onde existem poucas iniciativas satisfatórias no enfrentamento da epidemia da AIDS. De modo que os descasos não só quebram pactos de campanhas eleitorais, planos governamentais, compromissos internacionais, mas, sobretudo, violam o direito humano das pessoas vivendo com HIV/AIDS de permanecer vivendo e sendo felizes, como outras pessoas.

Por fim, mais uma vez solicitamos a vossa excelência Deputada Isabel Cristina o compromisso de pautar a criação de uma Frente Parlamentar para o enfrentamento a epidemia da AIDS no Estado de Pernambuco em 2013 em diálogo com o movimento de luta contra AIDS.

Certos de contar com seu esforço e compromisso, reforçamos que desde já estaremos atentos e dialogando sobre esta solicitação porque para nós, como diz nosso slogan deste ano, o 1º de dezembro – Dia Mundial de Luta contra AIDS – VAMOS PRECISAR DE TODO MUNDO!
Agradecemos por nos ter recebido e encerramos com trechos de uma música que simboliza este espaço e o momento político.

Anda!
Quero te dizer nenhum segredo
Falo nesse chão, da nossa casa
Bem que tá na hora de arrumar.
Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Prá melhor juntar as nossas forças

(O Sal da Terra dos compositores Beto Guedes e Ronaldo Bastos)

Articulação AIDS em Pernambuco

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

CRIADA A FRENTE PARLAMENTAR AIDS DE RECIFE

A criação de uma Frente Parlamentar para ajudar no Enfrentamento à Epidemia da AIDS foi destaque no dia 03.12.2012 na Câmara dos Vereadores do Recife em Audiência Pública, assistida por um grupo significativo de pessoas oriundas de diversos segmentos da sociedade civil e também dos governos estadual e muncipal. Essa Audiência Pública foi um dos marcos estratégicos do movimento de luta contra a AIDS em Pernambuco, cognominado de: ARTICULAÇÃO AIDS DE PERNAMBUCO de caráter comemorativo do 1º de Dezembro, Dia Mundial da Luta Contra a AIDS. Vale salientar que entre outra ações criadas pelo movimento para comemorar essa data, de destacam essa Audiência Pública de hoje para formar a Frente Parlamentar da AIDS do Recifee a outra que será a Frente Parlamentar da AIDS de Pernambuco, que será no p´roximo dia 10/12/2012 na Assembleia Legislativa. Ao longo dessas mais de três décadas de AIDS, o movimento AIDS que foi criado em Pernambuco desde 1966, vem realizando ações diversificadas de enfrentamento dessa epidemia,fazedno o Controle Social, Monitorando e Avaliando as políticas públicas instauradas nos estados para combate da epidemia; focando na Prevenção e na Assistencia. Tendo ainda como uma ferramenta principal de enfrentamento da a TARV (Terapia Anteretroviral), medicamentosa que é distribuido gratuitamnete às pessoas com HIV e AIDS em todo território Nacional, a quel também requer que o Movimento esteja estendendo seu olhar insistentmente para acompanhar a realização desse serviço junto a população soropositiva e com AIDS.Essa terapia vem ao longoi dessas três décadas judando as pessoas a manterem o Virus quieto nos seus organismos, como também melhorando significativamente seu estado de saúde por um lado, porém por outro já se vive as mazelas dos efeitos colaterais desses medicamnetos, de forma que já se está buscando gerir outras políticas públicas que ajudem as pessoas em TARV a cuidarem dos outros aspectos da sua saude afetados pelos medicmanetos. Essa Audiência foi presidida pelo Sr. Vereador Jurandir Liberal (PT, tendo uma mesa composta por pessoas oriunda de outras representações forenses, como: a Secretaria Especial da Mulher do Recife, a Coordenadoria do Programa Estaudal de DST/AIDS de Pernambuco, representantes de outros Fóruns, como a RNP+ ponto focal PE. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, em Pernambuco são 17.459 casos de AIDS, sendo 5.736 mulheres e 11.219 homens. Já no Recife, 7.244 pessoas estão infectadas com o vírus. Liliana Barros, Secretária Especial da Mulher em exercício, destacou que o número de mulheres portadoras do vírus é crescente e preocupante. Diante da discussão do problema, ela frisou que será criado pela Prefeitura o Comitê de Enfrentamento à Feminização da AIDS no próximo dia 13, na sede da PCR. Já Tânia Tenório, coordenadora do Centro de Referência Clarice Lispector, destacou a importância de se criar uma Frente Parlamentar na Casa. “Faz parte da construção das discussões a articulação com os vereadores para pensar o Recife”, disse. Beth Amorim, da Articulação AIDS Pernambuco disse estar emocionada por participar de um momento simbólico numa Casa Legislativa. “Espero que a Casa consiga elaborar leis para o enfrentamento da epidemia de AIDS”. José Cândido, da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS, leu uma carta aberta composta por nove estados do Nordeste lamentando a atual política de AIDS no Brasil e em Pernambuco. “Convivemos com muitas carências como o demorado acesso às consultas devido à sobrecarga de pacientes nos Hospitais de referência. Faltam UTI’s, profissionais e remédios”, ressaltou. Vandilza França, da organização não governamental ASQV, Grupo de Amigos na Luta pela Qualidade de Vida, explicou o trabalho da instituição e ressaltou que a mulher é quem mais sofre com a AIDS. “ A ASQV trata especialmente o controle dos efeitos colaterais dos medicamentos. As mulheres são as mais afetadas e lá a condição da mulher é considerada, pois se trata de uma luta muito ferrenha”, ressaltou. Já o coordenador estadual de DST/AIDS em Pernambuco, François Figueirôa, frisou que o HIV veio para revolucionar a sociedade e que a epidemia de AIDS não está estabilizada. “É um grande desafio para enfrentarmos, pois nada está controlado. São 1.300 casos em 4 anos. É muito. E ao criarmos a Frente somaremos esforços para cada vez mais combater o problema”, disse. Durante a Audiência foi entregue ao presidente da Câmara uma carta de solicitação recomendando a criação de uma Frente Parlamentar de Enfrentamento à Epidemia da AIDS, Tuberculose e Hepatite Virais no Recife, em 2013. A Frente Parlamentar só existe na esfera federal. A carta, lida por Simone Ferreira, da Articulação AIDS em Pernambuco, apontou que as ações são consideradas poucas para o enfrentamento da epidemia da AIDS. O documento ainda enfatiza que a incorporação da luta contra a AIDS na agenda do Poder Legislativo será importante para a qualidade de vida da população pernambucana que luta cotidianamente para manter-se viva. “Solicitamos ao vereador Jurandir Liberal o compromisso de pautar a criação de uma Frente Parlamentar para o Enfrentamento à Epidemia da AIDS no Recife em 2013, com o movimento de luta contra a AIDS”, finalizou Simone Ferreira. O presidente elogiou a elaboração da Carta e disse que levará à tribuna a discussão para a criação da Frente. “Discutirei o assunto durante Reunião Plenária e colherei assinaturas dos vereadores que desejam apoiar a causa. É de extrema importância a participação da Câmara Municipal do Recife na Frente Parlamentar. A Casa não pode ficar ausente”, finalizou Jurandir. Em 02.12.12, às 14h.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

RELATORIA DO I VIVENDO NORDESTE

I VIVENDO NE ESTAMOS VIVOS E VIVAS? Recife, 8,9 e 10 de novembro de 2012 Sistematização A ideia de que o Brasil é referência em políticas de atendimento às pessoas vivendo com HIV/Aids ainda permeia a consciência de muitas pessoas. Na realidade, viver com HIV/Aids no Brasil é uma difícil realidade para muitos cidadãos e cidadãs, sobretudo, para àqueles (as) que se enquadram no perfil dos que compõem o público alvo das principais injustiças sociais. São eles (as): negros (as), pobres, profissionais do sexo, moradores (as) de periferia, usuários de drogas e homossexuais. Os avanços conquistados no início dos anos 2000 sofreram vários regressos. Entre as questões preocupantes podemos citar o fim do repasse de verbas para ações estaduais e municipais para o combate ao HIV e a descentralização da assistência de pessoas vivendo com HIV para as Unidades Básicas de Saúde. No que tange à região Nordeste, os atrasos nas políticas voltadas para as pessoas vivendo com HIV/Aids trazem sérias inquietações. Dados do Ministério da Saúde afirmam que 06 cidades de Pernambuco encontram-se entre as 100 cidades acima de 50 mil habitantes no ranking com maior incidência de HIV, incluído capital e região metropolitana. A epidemia da AIDS em Pernambuco ainda é alta, desde 1983 até hoje, o Estado contabiliza 17.402 casos. Ano passado foram contabilizados 1.191 novos infectados. Este ano, até o primeiro semestre, já são 335. Diante desta realidade, Secretarias estaduais e municipais mantêm, sem uso, 160 milhões de reais repassados pelo Ministério da Saúde. As pessoas soropositivas vêm enfrentando problemas como a falta exames para monitorar o tratamento, a falta de medicamentos para tratamento de doenças oportunistas, a superlotação nos hospitais de referência e falta de médicos suficientes para a realização de atendimento em tempo hábil nos serviços especializados. Com o propósito de discutir e denunciar estes problemas, Grupo de Trabalhos em Prevenção Positivo (GTP+), realizou entre os dias 8,9 e 10 de novembro, no Hotel Jangadeiro, em Recife, Boa Viagem, o I Vivendo-NE. O encontro, por meio da metodologia dos bocões, – forma de debate que garante a participação livre e proativa dos integrantes de um debate – envolveu pessoas vivendo com HIV de vários estados do Nordeste, Centro – Oeste, Sudeste e representações de organizações da sociedade civil e do Poder Público em uma série de debates sobre os gargalos da efetivação dos Direitos Humanos das pessoas soropositivas. Avaliação das Atividades 1-Sofá viver com Aids hoje – 08/11, às 18h30. Contou com a presença de Josimar Pereira - Pela Vidda/Niterói (RJ), como convidado e moderação de Wladimir Reis - GTP+/PE. Aspectos da Atividade Boa Regular Insatisfatória 1.1 Proposta da atividade x 1.2 Temas e discussões x 1.3 Metodologia x 1.4 Participação x 1.5 Resultados x 1.1 - Principais aspectos vivenciados na atividade - Nesta atividade o público aponta como destaque a questão relacionada com a Previdência Social, trazendo como demanda para as discussões, o direito à aposentadoria por parte das pessoas soropositivas. 1.2 – Sugestões - Realizar atividades que tragam para o centro do debate a questão Aids e Previdência social 2-Exclusão social e vulnerabilidade – 09/11, às 9h30. Contou com a presença de Beto Volpe - RNP+(SP), como convidado e moderação de André Guedes - GTP+. Aspectos da Atividade Boa Regular Insatisfatória 1.1 Proposta da atividade x 1.2 Temas e discussões x 1.3 Metodologia x 1.4 Participação x 1.5 Resultados x 2.1 - Principais aspectos vivenciados na atividade - Os participantes enfatizaram que a vulnerabilidade é um instrumento de manipulação utilizado pelo Poder Público. Ainda de acordo com os participantes, ainda há muitos soropositivos vivendo na invisibilidade. A camisinha ainda é um recurso que, embora ofereça proteção, ainda fragiliza muitas pessoas, sobretudo as mulheres, que ainda possuem dificuldades em negociar o seu uso com os parceiros. 3- Mobilização e ativismo de pessoas vivendo com HIV/Aids – 09/11, às 14h. Contou com a participação de Beto Volpe - RNP+ (SP), como convidado e moderação de Fabio Correia - GTP+. Aspectos da Atividade Boa Regular Insatisfatória 1.1 Proposta da atividade x 1.2 Temas e discussões x 1.3 Metodologia x 1.4 Participação x 1.5 Resultados x 3.1 - Principais aspectos vivenciados na atividade - O público destacou que apesar das dificuldades enfrentadas pelo movimento Aids, ainda há muita solidariedade e ajuda mútua nas relações. No entanto, o grupo considerou que a participação do público nesta atividade foi prejudicada em virtude de atrasos na programação. Considerou ainda que a proposta das atividades estava invertida e não obedecia uma sequencia metodológica, ou seja, a atividade em questão deveria ter acontecido em um momento anterior da programação. Na avaliação geral, a plenária considerou que houve bastante interlocução e envolvimento dos participantes nas discussões propostas pela atividade. 3.2 - Sugestões - Atenção com a ordem metodológica, para que as atividades sejam melhores aproveitadas pelos participantes. 4- Direitos das pessoas vivendo com HIV/Aids – 09/11, às 14h. Contou com a participação de Kariana Gueiros – Gestos, como convidada e a moderação de José Cândido - RNP+/PE. Aspectos da Atividade Boa Regular Insatisfatória 1.1 Proposta da atividade x 1.2 Temas e discussões x 1.3 Metodologia x 1.4 Participação x 1.5 Resultados x 4.1 - Principais aspectos vivenciados na atividade - O público destacou que a efetivação dos direitos das pessoas soropositivas ainda é um grande desafio. Muitas pessoas ainda são lesadas pelo Poder Público e não atuam de forma proativa nas discussões referentes às políticas de saúde voltada para a população vivendo com HIV/Aids . 4.2 - Sugestões - Rediscutir a forma de organização e, sobretudo, de atuação do movimento Aids, com o propósito de fortalecer a luta pelos direitos das pessoas soropositivas. Promover debates sobre os valores morais, que entravam o avanço do respeito às pessoas soropositivas e estabelecer estratégias que norteiem a ação do movimento Aids. 5- Mobilização e ativismo de pessoas – 09/11, às 14h. Contou com a participação Beto Volpe - RNP+ (SP), como convidado e a moderação de Fabio Correia - GTP+. Aspectos da Atividade Boa Regular Insatisfatória 1.1 Proposta da atividade x 1.2 Temas e discussões x 1.3 Metodologia x 1.4 Participação x 1.5 Resultados x 5.1 - Principais aspectos vivenciados na atividade - Retrospectiva da atuação do movimento social até os dias atuais, quando ocorre uma fragmentação dos atores sociais, o que prejudicou a efetividade das ações 5.2 - Sugestões - Resgatar a garra do passado e, com isso, fortalecer a luta na atualidade. Debater sobre as representações, que precisam se unir em todo da causa e não promover competições por interesses próprios. 6-Movimento social e sustentabilidade – 09/11, às 16h. Contou com a participação de Márcio Villard - Grupo Pela Vidda/RJ, como convidado e moderação de Jerônimo Duarte - RNP+/PE. Aspectos da Atividade Boa Regular Insatisfatória 1.1 Proposta da atividade x 1.2 Temas e discussões x 1.3 Metodologia x 1.4 Participação x 1.5 Resultados x 5.1 - Principais aspectos vivenciados na atividade - A necessidade de enfrentar o desafio da sustentabilidade do movimento Aids, que não se trata apenas da questão financeira, mas política, social e econômica, além da questão da transparência nas ações. Se faz necessário perguntar qual o tipo de sustentabilidade se quer, para evitar que o movimento perca a sua essência. 5.2 - Sugestões - Criar cooperativas de serviços para captar recursos que viabilizem a atuação dos grupos; -Enfatizar a humanização do trabalho, não o paternalismo; - Refletir e estabelecer estratégias para lidar com o discurso do Ministério da Saúde; -Manter o PAM para as populações vulneráveis como, travestis, HSH e outros; -Associar às atividades das empresas palestras e outras atividades. 6-Co-infecção HIV/TB – 09/11, às 16h30. Contou com a presença de Patrícia Werlang – PNCT, Ronaldo Hallal - Departamento Nacional de DST-AIDS –H.V. e moderação de Adriana Vasconcelos - GTP+. No momento foi apresentado o Projeto do Departamento de Educação Física da UFPE para PVHA - A Experiência de Recife - Academia da Cidade para PVHA. Aspectos da Atividade Boa Regular Insatisfatória 1.1 Proposta da atividade x 1.2 Temas e discussões x 1.3 Metodologia x 1.4 Participação x 1.5 Resultados x 6.1 - Principais aspectos vivenciados na atividade - Como destaque nesta atividade o público apontou a necessidade de estimular a maior participação dos universitários no debate sobre o HIV/Aids e a demanda por envolvimento de outros atores sociais na discussão sobre os direitos das pessoas soropositivas. 6.2 - Sugestões - Discutir a programação com os participantes, antes da realização da atividade. Estimular a participação de todos os integrantes no diálogo. Avaliação do I Vivendo - NE Na tabela abaixo estão contabilizamos todas as respostas às questões referentes aos itens 1, 2, 3, 4 e 5 em um universo de 46 fichas entregues. Nos itens 3,4 e 5 foram contabilizadas as questões cujas respostas pediam para assinalar as opções sim ou não. Item 01 Equipe organizadora Ótimo Bom Regular Ruim 1.1 Recepção e atendimento 28 16 2 0 1.2 Credenciamento 28 13 2 1 1.3 Materiais entregues ------ ------ ------ ------ 1.4* Presença de tratamentos alternativos 21 17 6 0 1.5* Esclarecimento de dúvidas 28 11 5 0 * nestes itens duas fichas foram anuladas por terem todas as opções assinaladas Item 02 Bocão Ótimo Bom Regular Ruim 2.1 Conteúdo das mesas 35 9 2 0 2.2 Exposição dos palestrantes 25 16 5 0 2.3* Linguagem utilizada 25 14 6 0 2.4 Debates 26 14 6 0 2.5 Tradução ------ ------ ------ ------ * neste item uma ficha foi anulada por ter todas as opções assinaladas Item 03 Aspectos subjetivos sim não 3.1* Você aprendeu com os temas abordados? 44 1 3.2* Houve mudança no seu olhar? 31 8 *nestes itens uma e 07 fichas estavam com as lacunas em branco respectivamente Considerações referentes ao item 3.2 -Acesso a conhecimentos sobre a realidade atual do serviço público de saúde voltados para as pessoas soropositivas; -Despertar para um novo olhar sobre a política Item 04 Serviços do hotel Ótimo Bom Regular Ruim 4.1* Hospedagem/quartos 26 12 4 0 4.2* Refeições 33 7 4 0 4.3* Atendimento 30 9 4 0 *neste item quatro, duas e três fichas estavam com as lacunas todas em branco Item 05 Ausência sim não 5.1* Você acha que faltou algo? 20 22 5.2 O quê? * nestes itens quatro fichas foram anuladas por estarem com as lacunas em branco Considerações referentes ao item 5.2 - Mais rigor quanto ao tempo de fala dos participantes; -Mais tempo para a explanação dos palestrantes; -Participação de profissionais das diversas áreas de saúde, tais como, neurologistas, cardiologistas, geriatras e outros; -Participação de um número maior de jovens no evento; - Mais acolhimento no que diz respeito as inquietações dos participantes de diversos estados; - Mais tempo para as perguntas e discussões; - Pautar a problemática das pessoas portadoras de necessidades especiais e soropositivas; -Mais pessoas novas no encontro. É necessário reduzir o número das lideranças antigas do movimento e garantir maior presença de lideranças novas; -Compromisso dos participantes; -Mais acolhimento; -Respeito pela fala do colega de atividade; -Uso de linguagem adequada ao ambiente; -Materiais didáticos, tais como, livros, relatórios do encontro nacional; -Integração entre os convidados; -Controle do tempo dos convidados para o sofá; -Definir uma agenda comum para a realização de um ato público com os integrantes de todos os estados, para reivindicar, junto à sociedade ao Poder Público o respeito e a efetivação dos direitos das pessoas soropositivas; -Cumprir com pontualidade o horário do almoço; - Mais divulgação na mídia. OUTRAS CONSIDERAÇÕES ELOGIOS - “Parabenizo a todos que fazem o GTP+ pelo excelente trabalho”; -“O encontro nos inquietou a agir e lutar por nosso direitos”; -“Estou bastante emocionado por ter contribuído com a realização do I Vivendo – NE”; -“Foi maravilhoso. Aprendi muito”; -“Agradeço por tudo que foi ofertado neste encontro!” -“ É preciso divulgar mais encontros como estes.” -“Espero ansiosamente por outro Vivendo – NE!” -“Estou grato pela oportunidade!” -“ O Vivendo foi muito especial e me fez refletir sobre as políticas públicas voltadas para as pessoas soropositivas.” -“ De antemão, gostaria de agradecer por essa grande oportunidade que estou tendo na minha vida. Agradecer principalmente a todas as pessoas, que estão de frente dessa causa. O mais importante disso tudo é ter a plena certeza que eu não estou sozinha e que existem pessoas que estão nos ensinando a colocar a boca no trombone. Sou soropositiva, mas nunca pensei que pudesse aprender com os meus desafios e lutas. Aprender que posso e quero viver da melhor maneira possível e gritar para o mundo inteiro que eu posso ajudar meus companheiros a ver a vida não em preto e branco, mas uma vida cheia de cores. Ajudá-los a ter forças para lutar, gritar pelos seus direitos e não se calar, não se esconder. Denunciar que o Poder Público acha que pode nos colocar onde eles querem e acham melhor. Por isso, hoje eu aprendi a dizer “não” e vou lutar para que o mundo, os poderes possam me enxergar e me aceitar do jeito que sou. Estou viva! eu quero viver! Melhor do que já vivo!” -“O encontro me ensinou que não podemos ficar de braços cruzados. Precisamos chamar a atenção mesmo e lutar por nossos direitos!” -“O evento foi perfeito! Os temas abordados foram excelentes!” - Agradeço a atenção de toda a equipe organizadora e desejo mais sucesso no próximo encontro. Um abraço!” CRÍTICAS E SUGESTÕES -“Senti falta de pautarmos a questão das casas de apoio no Norte, Nordeste e em todo Brasil, para acolhimento às pessoas vivendo com HIV/Aids. Espero que esta pauta faça parte do próximo vivendo, de modo que seja construído um documento reivindicando a instalação e manutenção adequadas das casas de apoio”; -“Achei a administração do tempo um pouco desorganizada, mas o encontro não deixou de ser bom”; -“Presenciei um ato discriminatório por parte de um integrante do grupo jovem para com um participante. Isto é sério. espero providência!” -“No dia 09/11, sexta-feira, fui barrado junto com a minha esposa, no café da manhã, por um membro do grupo jovem, alegando que não tínhamos direito a refeição. Espero providência, pois ninguém tem o direito de expor o outro ao ridículo e tratá-lo com falta de respeito.” -“ Faltou mais objetivos. A organização deveria convidar os soropositivos que estão fora do movimento a voltar para a luta e criar mais projetos.” -“Precisamos fortalecer a nossa luta para que o Poder Público atenda os nossos direitos!” -“Acredito que o evento não acolheu e fortaleceu novos ativistas vivendo com HIV/Aids. O que houve foi a predominância na participação dos ativistas mais antigos. Eu mesmo pedi a fala em uma das atividades e não foi concedida. Por outro lado, um palestrante, durante o sofá, falou por mais de uma hora”. -“Senti falta de um jovem no sofá. Espero que esse modelo do Vivendo continue contemplando as pessoas que pouco têm acesso a espaços de discussão.” -“Houve contratempos nas respostas, especialmente sobre o tema vacinas. Mas no geral, o encontro foi ok”. -“Faltou aprofundar o tema vacinas.”

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A NOVA CRUZADA NO BRASIL

Aqui vai mais um motivo por eu não ter orgulho de ser Brasileiro. Permita-me te fazer uma pergunta: Você acredita mesmo que o nosso país é Laico? Não, não é... O Brasil é uma vergonha, no Artigo 19º da Constituição Federal, diz que o Brasil é um País Laico. Isso mostra que só está no papel. Um País Laico é aquele cuja religião não interfere na República. Então que palhaçada é essa no Congresso Brasileiro? Um Congresso onde tem uma bancada religiosa... Desculpem-me; mas eu gosto de chamar essa bancada de, Bancada Fanática; apesar de respeitar as religiões, mas quando elas me respeitam. E essa bancada não respeita ninguém... Ora, se é um País Laico, então; porque vemos crucifixos pendurados em Escolas Públicas, em Fóruns judiciais, entre outros lugares públicos? Então, eu pergunto se podem colocar o símbolo que representam o Cristianismo; então um Juiz Judeu poderia substituir o Crucifixo por um Menorah? Um Juiz Candomblecista poderia substituir o Crucifixo por um Oxalá? Um Juiz muçulmano poderia substituir por um Shahada? Mas como é que se diz ser um país Laico, porque uma segmentação, uma denominação religiosa tem o privilégio? A laicidade do Brasil encontra-se citada na Constituição Federal de 1988 que diz claramente: “Art. 19 É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas subvencioná-los, embarcar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou com seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si." (Fonte: http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/anotada/2375280/art-19-da-constituicao-federal-de-88) Então como é que vem um novo governo Brasileiro e coloca uma uma alteração totalmente Religiosa e moralista que me causou vergonha, um pais não cumprindo suas proprias leis, se uma pessoa vai de contra a lei, ela tem que pagar por isso, e no caso do País indo contra uma lei? A Constituição é o conjunto de leis que regulam os direitos, deveres e garantias dos cidadãos em relação ao Estado e a organização política de um país. Mas não parece. Pois abaixo temos um exemplo. LEI Nº 12.590, DE 9 DE JANEIRO DE 2012. Altera a Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991 – Lei Rouanet – para reconhecer a música gospel e os eventos a ela relacionados como manifestação cultural. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o A Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991, que restabelece princípios da Lei no 7.505, de 2 de julho de 1986, institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC) e dá outras providências, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 31-A: “Art. 31-A. Para os efeitos desta Lei, ficam reconhecidos como manifestação cultural a música gospel e os eventos a ela relacionados, exceto aqueles promovidos por igrejas.” Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 9 de janeiro de 2012; 191o da Independência e 124o da República. DILMA ROUSSEFF Vitor Paulo Ortiz Bittencourt (fonte: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12590-9-janeiro-2012-612255-publicacaooriginal-134907-pl.html) & (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12590.htm) Caro leitor como é que pode? Cada um tem a escolha de sua religião, mas onde esta o Respeito? A música Gospel é reconhecida como manifestação cultural, e seus eventos relacionados, mas diz que exceto aqueles promovidos por Igrejas, oh Gosh! Toda manifestação Gospel é promovido por Igrejas Gospel! A música Golspel então é subsidiada (esta sendo subvencionada), e no Artigo 19-I É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios isso, incluindo subsidiar (subvencionar). Então quer dizer que, Judeus, Católicos, Mormons, Umbandistas, Candomblecistas, Budistas e etc... Patrocinamos nosso dinheiro (dos impostos) a música de uma denominação religiosa, que embora respeitemos, e cremos ou não. Pelo que eu vejo e que entendo é que isso vai de encontro com o artigo 19º da Constituição Federal. Infringindo uma Constituição. Então isso é só no papel, e ninguém cumpriu. Por esse e outros motivos (que postarei) me envergonho do nosso país! As pessoas naõ sabem votar e não sabem escolher bons politicos e os que entram não sao o que pensamos ser... ______________________________________________________________________________ André Valeriano Almeida Guedes Pedagogo Consultor Pedagógico da Organização Não Governamental GTP+/PE Coordenador Geral da Organização Não Governamental ATOS DE CIDADANIA – Educador do Ciclo de Aprendizagem da Casa da Mulher do Nordeste ____________________________________________________________________________________ Estamos postando esse texto do Pedagogo Andre V. A. Guedes, por considera-lo um educador defenitivamente compromotido com as questões sociais da formação na Educação no Brasil, em principio, e depois também por perceber que o seu comprometimento profissional lhe impõe ouvir e olhar as mudanças sociais como realidades fundantes das novoas ideologias norteadoras da gestão de outras formas de interpretação da cultura política vigente em todas as instâncias onde a mesma se instaura. O que o Andre está pontuando no seu texto postado aqui é que no passado viveu-se um periódo histórico das Cruzadas da igreja que de 1096 a 1270 enviou as expedições na intensão de recuperar Jerusalém, que estava sob o domínio dos turcos, e também fazer a reunificação dos cristãos, dividido pelo "Cisma do Orienteque". Expedções aquelas que ficaram sendo conhecidas como "As Cruzadas". Como relata a história antiga o mundo cristão se achava dividido, pois havia discordância entre os dogmas da igreja romana e os católicos do Oriente, fundadores da igreja ortodoxa. O André usa a expressão As Novas Cruzadas, partindo da interpretação de que como no passado houve diversas querelas envolvendo as diferenças dos dogmas religiosos, e também de outras questões referentes a moral social, a moral sexual e tantas outras, que envolviam a vida humana e também o senso comum, essa história se repete agora se configurando também em um certo tipo de Cruzada, pois se no passado o Estado composto pelas elites financeiras em conjunto com a religião, hoje as coisas também são similares. e então, temos um Estado Brasileiro que se diz Laico, mas que deixa o trânsito livre para a religião cristã, em seus fundamnetos diferenciados se manifestar, atuando com preconceito, discriminação junto as populações. Sendo essa abordagem bastante instigante, estamos postando-a aqui, para enriquecer nosso blog com essa discussão que consideramos significativa. Miriam Fialho

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

BELISSÍMO POEMA

"Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar — sozinho, à noite — Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá." (Gonçalves Dias)
A Canção do exílio é um POEMA de Gonçalves Dias que abre o livro contos literário e marca a obra do autor como um dos mais conhecidos poemas da língua portuguesa no Brasil. Foi escrita em julho de 1843, em Coimbra Portugal. O poema, por conta de sua contenção e de sua alusão à pátria distante, tema tão próximo do ideário do Romantismo, tornou-se emblemático na cultura brasileira. Tal caráter é percebido por sua freqüente aparição nas antologias escolares, bem como pelas inúmeras citações do texto presentes na obra dos mais diversos autores brasileiros. Sua temática é própria da primeira fase do Romantismo, em sua mescla de nostalgia e nacionalismo - o tema do exílio da saudade da terra natal prestava-se à intenção de criar símbolos poéticos que funcionassem ao mesmo tempo como símbolos nacionais. Gonçalves Dias compôs o poema cinco anos depois de partir para Portugal, onde fora cursar Direito na Universidade de Coimbra. A Canção do exílio teria inspiração na obra Canção de Mignon, pertencente ao livro Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister de Johann Wolfgang von Goethe, da qual Gonçalves Dias usa alguns versos como epígrafe, embora a maioria das antologias escolares não apresente a epígrafe em alemão. Pesquisa feita no Google/ Wikipédia – 17/09/2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O GRITO DOS EXCLUÍDOS EM RECIFE

Mais uma vez o 07 de setembro foi marcado, dentre todas as outras programações do Desfile Militar, foi possivel também realizar outra vez a Caminhada do Grito dos Excluídos. e isso não ocorreu somente aqui em Recife/Pernambuco, mas também em outros municipios da Região Metropolitana, como o CABO de Santo Agustinho, em nível estadual, mas ainda se expressando pelos outros estados do Brasil.Este ano foi possível observar que o Evento ganhou maior expressão, tanto nas representações de outros movimentos que antes ainda não estavam nessa jornada, como a Articulação AIDS PE, tanto quanto com a presença dos candidatos as eleições municipais: prefeitos e vereadores que não deixaram de aproveitar a oportunidade para distribuir seus santinhos, pensando eles que com essa atitude poderiam ganhar as graças do Movimento em prol das suas campanhas. Este ano o 18° Grito dos Excluídos reuniu um vultoso número de pessoas no centro do Recife, em que as Representanções de diversos Movimentos Sociais, que militam buscando mudanças de situações de vida para os mais carentes; políticas públicas melhoradas para educação; o trabalho, a saúde; contra violência e pela vida, dentre tantos outros, ocuparam a Avenida Conde da Boa Vista para num tempo de quase três horas de caminhada, a gritar para todos bem alto e em bom tom que a sociedade brasileira está acordada e muito disposta em sair às lutas pelas mudanças tão desejadas para a melhora do viver humano de cada qual e também de todos coletivamente. Assim, esses fóruns tiveram suas chances de exporem as suas necessidades, de dizer quais são as suas lutas e estratégias propagando dessa forma todas as suas intenções como um Grito de quem está Excluído, mas que não está disposto a deixar que a situação perdure mais do que ja está. A concentração para a organização e saída desse movimento ocorreu na Praça Oswaldo Cruz, no Bairro da Boa Vista, perto do Teatro Waldemar de Oliveira. Os participantes começaram a chegar por volta das 8h00 da manhã e quando foi as 10h00 deu-se início a caminhada,com muita alegria, ornada com lindas faixas coloridas, carros de som repletos de pessoas que cantavam, dançavam; batucadas muito ritimadas alegravam o dia enchendo as ruas de sons, e todos animados iam permeando os cânticos e o cortejo seguiu pela Avenida Conde da Boa Vista em direção à Praça do Carmo, no Bairro de São José,onde fez a sua Apoteose. E, foi tudo muito lindo de se ver, lindo mesmo!Em cima dos trios elétricos, uma presença marcante: o Padre italiano Vito Miracapillo, que reconquistou, com muito esforço ouvildado o seu direito de voltar a morar no Brasil após ser expulso durante o Regime Militar e o D. Saborido Bispode Olinda e Recife, que fez uma fala bastante expressiva situando o que realmente vinha a ser aquele movimento.Este ano, o Grito dos Excluídos trouxe o tema "A vida em primeiro lugar:Queremos um Estado a serviço da Nação, que garanta direitos a toda população". "Duas bandeiras são fundamentais nesta luta: a não privatização estadual da saúde, pois serviços essenciais aos cidadãos não podem ser barganhados, e descriminalização dos movimentos sociais, já que temos observado que os governos têm usado vários aparelhos sociais para conter greves e manifestações dos trabalhadores", foi o que pontuou na sua fala o senhor Valmir,Coordenador do Fórum Dom Helder Câmara, que articulou o evento.Nessa marcha viu-se muitas expressões de consciência política dos participantes do evento. Representações de diversas categorias sociais como as de Gênero, onde vimos as mulheres requerendo a abertura do mercado de trabalho para elas, e também havia um bom grupo de mulheres que estavam levantando a bandeira do feminismo e do reconhecimento das suas condições de ter seus direitos pela vida. Os professores reivindicando seus direitos enquanto profissionais da educação;a APastoral da Saúde, a Apastoral Carcerária, dentre outros, os adolescentes, os jovens, e muitas representnações religiosas levantando as vozes e dando os seus gritos, num levante popular de muita expressão e força. O Movimento contra o racismo também levantou a sua voz e tratando seus representantes com as bandeiras vermelhas na caminhada,gritando nessa expressão que queriam o fim do racismo; também viu-se os movimentos da diversidade pedindo a queda do machismo e homofobia, tendo essa reivindicação ganho muita expressão na representação do Movimento Gay Leões do Norte, que por mais uma vez estava participando do Grito. Eles estavam ainda requerendo igualdade e a criminalização da homofobia. Dessa vez também observou-se um destaque para os aposentados que se manifestaram requerendo mais respeito por sua idade e também políticas públicas aos que dessem condições de vida melhores aos idosos.Nessa passeata muitas curiosidades puderam ser vistas, e pessoas vestidas de todos os modos, levantando suas bandeiras e cantando as canções antigas como: Caminhando e Cantando do Geraldo Vandré fez o corolário do evento. Os tranzeuntes, e também os que ocupavam os coletivos,também iam passando e demonstrando sua aprovação por aquela iniciativa.Viu-se uma carroça de mão muito bem decorada que chamou a atenção de todos que a viram, nos dizeres dos diversos cartazes que a decoravam:"Eles representam a carga tributária que a população carrega nas costas.Queremos que seja uma taxa mais justa e que os recursos arrecadados sejam mais bem aplicados, revertidos para o povo em educação, saúde, transporte". Foi isso o que explicou o presidente do Conselho dos Jovens Empresários da Associação Comercial de Pernambuco. Considerando uma certa instabilidade observada nesses últimos tempos nos movimentos sociais, em que a sociedade civil começou perdendo seus espaços de representação organizada em movimento socialpor um aldo; e por outro o reconhecimento da sua legitimidade e o respeito do Gestor público do excercício da cidadania ativa no contexto dos direitos e deveres que forma essa metodologia oriunda de teoria democrática, e isso em diversas instituições onde esse Gestor assiste: saúde, educação, trabalho, moradia, política partidária,indo além dessas, e a partir de determinadas práticas políticas partidárias de certos governos e seus govenantes, que nessas duas últimas décadas só tem servido para desestabilizar os movimnetos sociais, pode-se dizer que o Grito dos Excluídos saiu esse ano de 2012 com muita disposição e garra, com uma adesão bem maior de outros fóruns, o que foi significativo para demonstrar à nossa sociedade que o povo não está adormecido,como poderiam estar pensando os poderosos, os donos do ouro e da prata, os donos do poder e das ideologias e também os políticos disfarçados de ovelhas com cara de lobo mal. Essa experiência do Grito dos Excluídos esse ano deixou bem claro que as articulações políticas entre os fóruns são estratégias que estão dando certo e sendo muito bem vistas e pensadas como ferramentas indispensáveis para que se possam estabelecer a formação de práticas coletivas conjuntas, unidas por defesas de interesses sociais similares e comuns, a partir da defesa dos territórios de representações das coletividades, mesmo que os temas em discussão sejam diferentes, já está defenitivamente comprovado que a junção dos fóruns e das temáticas numa só prática coletiva, a partir do que se torna possível fazer uma construção articulada, tanto em defesa dos interesses das partes, quanto em defesa dos interesses nas coletividades. Estão sendo inovadas algumas novas estratégias no movimento social, e, essa inovação é quem irá apontar caminhos para a implementação de novas e maiores jornadas para o ganho do que a sociedade civil está buscando para ocupar os seus território politicamente constituídos com muita responsabilidade, e a consciência de que se está na rota certa e no tempo hora certos, na atuação políticamente democrática, a partir do excercício da cidadania ativa das pessoas. _________________________________________________________ Miriam Fialho da Silva - Socióloga Membro da Coordenação Colegiada da Articulação AIDS PE Consultora de Programas e Projetos da ASQV.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

AIDS NO BRASIL HOJE: O QUE NOS TIRA O SONO?

Sugiro que você leia essa Materia com toda atençao que poder. Ela esta na pauta do movimento AIDS em todo o nosso país e também no mundo. RESPOSTA À AIDS TIRA O SONO DE DOCENTES E PESQUISADORES E REPRESENTANTES DA SOCIEDADE CIVIL. “O que nos tira o sono” é o mote do manifesto lançado nessa terça-feira (21/08) e que aponta sérios problemas no controle da epidemia de aids no Brasil. Docentes, pesquisadores e integrantes da sociedade civil que assinam o manifesto estão preocupados com a resposta à epidemia no país, que tem apresentado indicadores negativos e produzido um senso comum de que a doença deixou de ser um problema de saúde pública. o Aumento de 10% no número de óbitos, saindo de 11.100 óbitos em 2005 para 12.073 em 2010. O número equivale a um óbito por hora. o Redução do número de gestantes com o HIV que recebem o tratamento que pode evitar a transmissão do vírus para o recém nascido: de 53,8% das gestantes soropositivas para o HIV em 2005 para 49,7% em 2008. A falta de diagnóstico e tratamento resulta em três casos de aids em recém-nascidos a cada dois dias. o Aumento de 12% no número de casos de aids: de 33.166 casos em 2005 para 37.219 em 2010. o Apesar disso, estados, como São Paulo, reduzem o número de médicos e fecham serviços e leitos especializados. Para dar voz ao protesto foram criados um blog (http://oquenostiraosono.tumblr.com/manifesto) e uma página no Facebook (https://www.facebook.com/pages/Aids-No-Brasil-o-que-nos-tira-o-sono/512771618737320) que abrem espaço para sugestões que possam contribuir para melhoria do cenário e convidam os visitantes a apontarem outros problemas na resposta à epidemia. Há uma semana da realização do VI Fórum Latino-americano e do Caribe em HIV/Aids e do IX Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, a referência à insônia é um contraponto à declaração de dirigentes do Ministério da Saúde que, durante a XIX Conferência Internacional de Aids, realizada em Julho, nos Estados Unidos, disseram que nada no Brasil em relação à aids tira o sono deles. O manifesto é assinado por 54 docentes, pesquisadores e integrantes da sociedade civil e 14 instituições: Núcleo de Estudos para a Prevenção da Aids(NEPAIDS/USP); Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA);Católicas Pelo Direito de Decidir (CDD); Grupo de Resistência Asa Branca (GRAB); SOMOS - Comunicação, Saúde e Sexualidade; Grupo Pela Vidda SP; Projeto Purpurina; Fórum de ONG/Aids de São Paulo; GIV – Grupo de Incentivo à Vida; GAPA - RS; RNP+ Núcleo Rio de Janeiro; GAPA - SP; Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde; Sapatá - Rede Nacional de Promoção e Controle Social em Saúde de Lésbicas Negras. Participem, entrem no blog http://oquenostiraosono.tumblr.com/manifesto Você pode mandar sua opinião, compartilhar o que tem tirado seu sono e o que garantiria seu sono Curtam a página no Facebook https://www.facebook.com/pages/Aids-No-Brasil-o-que-nos-tira-o-sono/51277161873732 Ajudem a divulgar Qualquer dúvida ou demanda de imprensa, enviem para: manifestoaids@gmail.com Vejam a íntegra do manifesto: AIDS NO BRASIL HOJE: O QUE NOS TIRA O SONO? Enquanto o mundo discute a interrupção da transmissão do vírus da aids, o Brasil perde o controle sobre a epidemia e dorme tranquilo. É o que se pode concluir a partir da XIX Conferência Internacional de Aids, realizada nos Estados Unidos no último mês de julho. Pela primeira vez na história da epidemia, o mundo ouviu o anúncio de que o conhecimento acumulado, os compromissos assumidos em nível global, as conquistas no campo dos direitos humanos e as tecnologias hoje disponíveis nos permitem ambicionar a erradicação da aids. Na mesma Conferência, porém, ao ser questionado sobre “o que lhe tira o sono hoje?”, o representante do governo brasileiro respondeu que “dorme tranquilo”. A afirmação de que a epidemia de aids está sob controle no Brasil, além de falaciosa, tem prejudicado a resposta nacional, despolitizando a discussão e afastando investimentos internacionais. Se no passado, declarar que éramos o melhor programa de aids do mundo legitimou as decisões ousadas que outrora caracterizaram o programa brasileiro e que tantos benefícios trouxeram à população, o que temos hoje é, pelo contrário, um programa desatualizado, cujos elementos são insuficientes para enfrentar a configuração nacional da epidemia. Os atuais indicadores sugerem o esgotamento da nossa capacidade de intervir e de evitar que um número maior de pessoas se infecte e morra em decorrência da aids. Se é verdade que hoje temos conhecimentos e tecnologias suficientes para erradicar a aids, é também verdade que no Brasil de hoje não os estamos utilizando em sua máxima potência. Conhecimentos acumulados não estão se transformando em políticas públicas que nos coloquem no caminho da última década da epidemia. Novidades no âmbito das tecnologias de prevenção não estão sendo amplamente discutidas e estudadas em nosso contexto. Informações sobre estas novidades não estão sendo incorporadas na formação dos técnicos, nem no diálogo com usuários e pacientes. Grupos mais vulneráveis não estão sendo atendidos com a prioridade que necessitam. Reconhecer a diversidade de demandas e necessidades presente no cotidiano do país e construir respostas que com elas dialoguem é papel da política pública e só poderá ser feito se todos os setores interessados forem ouvidos, se estudos nacionais forem feitos, se a ação da sociedade civil for fortalecida. É preciso ousadia para formular políticas que efetivamente ofereçam à população condições para se proteger da infecção e do adoecimento por aids, respeitando a autonomia dos cidadãos, reduzindo vulnerabilidades e assegurando direitos. É preciso ousadia para redirecionar os esforços para o enfrentamento da epidemia nas populações mais expostas ao risco de infecção, articulando-as a ações para a população geral. É preciso, em síntese, ousadia para rever a resposta brasileira à epidemia de aids, superar antigos pressupostos e adotar novas práticas, recuperando os princípios essenciais que fizeram da resposta brasileira um exemplo para o mundo. A capacidade de reconhecer problemas e de mobilizar a sociedade em torno da busca de soluções foram os principais fatores que marcaram a resposta à aids no Brasil. Na luta contra a epidemia e em defesa dos direitos humanos, aprendemos que todos somos parte da solução. Mais do que dormir e sonhar, queremos construir a muitas mãos as condições para que, no Brasil, a quarta década possa ser a última. __________________________________________________________________________________ Estamos postando essa matéria em nosso blog porque também somos pesquisadora desse assunto, e também estamos dentro do Ativismo que milita nessa causa. Estamos já na terceira década da AIDS no mundo e ao longo de todo esse tempo podemos observar que houve muitos avanços no enfrentamento dessa Pandemia, porém, com uma mudança substantiva que houve no seu perfil, a partir da Terapia ANTI-RETROVIRAL, usada aqui no Brasil desde 1997 com a elaboração do Programa Nacional (hoje sendo reduzido a um departamento), a partir da qual as pessoas vivendo com o diagnóstico de soropositivo poderem barganhar mais tempo de vida, afastando de se a iminência do morrer e resgatando suas esperanças de poder viver e viver bem. Ao longo dessas três dédecadas muitas outras questões decorrentes da epidemia começaram a surgir e o Movimento Nacional da AIDS precisou se fortalecer muito na busca de outras políticas públicas mais arrojadas para melhoria e viabilização do viver com HIV e AIDS. Os avanços na direção da melhoria da qualidade de vida foram impondo que outrosa olhares dessem visibilidade ao que estava subjacente no trato da epidemia, bem como outras semânticas fossem usadas para se tratar do assunto. Sentar nas mesas com os gestores a fim de discutir as outras Agendas e definir outras Pautas para o trato da questão HIV e AIDS requereu prioridades.Também houve outras demandas que tiveram de ser traziadas para discussão: as questões das Vacinas em Teste; a quebra das patentes dos laboratórios bara barateamento dos preços dos medicamentos; a elaboração do preservativo feminino, dando outra opção para a prevenção. memlhorando a relação de gênero, dentre tantas outras. Passadas essas três décadas, estamos vivendo hoje um desgaste no enfrentamento dessa epidemia. Para as Agências mundiais, que estiveram nesses trinta anos interessadas na AIDS, o trato dessa Pandemia não está mais nas Pautas Globais. Os interesses mundiais não estão mais focando a AIDS como um assunto que precisa ser urgentimente resolvido. AIDS não tem cura, seguno a Organização Mundial da Saúde ela é uma doença crônica que tem tratamento e esta tudo certo. Os agravos dolorosos do viver com HIV e AIDS são assuntos que dizem respeito apenas aos que estiverm vivendo com ela. Essa é a questão que está preocupando toda a população do Movimento de Lutas contra a AIDS: ativistas, estudiosos do assunto, pesquisadores começamos a percerber que vamos ter que rememorar para reativar e fortalecer o Movimento para dar mais um passo na direção do combate a Pandemia/Epidemia da AIDS, e vaos ter novamente que fortalecer as açoes políticas junto aos gestores para reacender em suas visões que só quem dorme tranquilo, achando que est´pa tudo bem com a AIDS são aqueles despossídos de sensibilidade e descompromissados com a causa. São os que são sombrios, e que estão a serviço dos interesses do poder maléfico do Estado Capitlista. Voltaremos a tratar desse assunto aqui no blog brevemente, fiquem atentos. Abraços em todos e em todas! E vamos a luta,pois ela ainda continua! _______________________________________________ Miriam Fialho Membro da Coordenação Colegiada do Fórum Articulação AIDS PE Assesora de Projetos, Estudos e Pesquisas do Grupo ASQV.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

BELO POEMA...

PARAVIVER UM GRANDE AMOR É preciso abrir todas as portas que fecham o coração. Quebrar barreiras construídas ao longo do tempo, Por amores do passado que foram em vão É preciso muita renúncia em ser e mudança no pensar. É preciso não esquecer que ninguém vem perfeito para nós! É preciso ver o outro com os olhos da alma e se deixar cativar! É preciso renunciar ao que não agrada ao seu amor... Para que se moldem um ao outro como se molda uma escultura, Aparando as arestas que podem machucar. É como lapidar um diamante bruto... para fazê-lo brilhar! E quando decidir que chegou a sua hora de amar, Lembre-se que é preciso haver identificação de almas! De gostos, de gestos, de pele... No modo de sentir e de pensar! É preciso ver a luz iluminar a aura, Dando uma chance para que o amor te encontre Na suavidade morna de uma noite calma... É preciso se entregar de corpo e alma! É preciso ter dentro do coração um sonho Que se acalenta no desejo de: amar e ser amada! É preciso conhecer no outro o ser tão procurado! É preciso conquistar e se deixar seduzir... Entrar no jogo da sedução e deixar fluir! Amar com emoção para se saber sentir A sensação do momento em que o amor te devora! E quando você estiver vivendo no clímax dessa paixão, Que sinta que essa foi a melhor de suas escolhas! Que foi seu grande desafio... e o passo mais acertado De todos os caminhos de sua vida trilhados! Mas se assim não for... Que nunca te arrependas pelo amor dado! Faz parte da vida arriscar-se por um sonho... Porque se não fosse assim, nunca teríamos sonhado! Mas, antes de tudo, que você saiba que tem aliado. Ele se chama TEMPO... seu melhor amigo. Só ele pode dar todas as certezas do amanhã... A certeza que... realmente você amou. A certeza que... realmente você foi amada." (Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

TERAPIA PARA O HIV E A AIDS

O Grupo ASQV, é uma Organização Não Governamental de Vanguarda, em Pernambuco, que desponta tendo como seu Foco Principal de Atuação, trabalhar com as pessoas que estão infectadas com o vírus HIV e a doença de AIDS e que estão fazendo tratamento com a medicação combinada, cognominada de Coquetel, ou T-ARV (Terapia Anti Retroviral). Em princípio a ASQV começa aqui Pernambuco, mas seu objetivo é avançar muito mais adiante, indo até onde lhe for possível chegar para alcançar um número significativo de pessoas que estão vivendo situações dolorosas, face ao uso das medicações combinadas para reduzir os avanços do HIV o que é muito bom por um lado, mas que por outro a realidade que se está vivendo e a de sofrer duramente os Efeitos Colaterais dessa medicação combinada, a T-ARV. O objetivo principal da ASQV é desenvolver ações de prevenção e assistência nos eixos da Saúde Coletiva, para corrigir as manifestações patológicas, causadoras dos muitos efeitos colaterais na saúde. Em princípio a ASQV está tomando como base de referência institucional a reivindicação de políticas públicas na Saúde para veicular as ações estratégicas junto aos serviços oferecidos nas instituições da Saúde como os hospitais de referência para realizar os tratamentos dos efeitos colaterais que a combinação da medicação vem causando nas pessoas soropositivas. O objeto de atuação da ASQV é exatamente atuar junto as populações em tratamento de HIV e AIDS, que estão fazendo as medicações combinadas e que por isso mesmo tendo resultados favoráveis para o combate desse vírus nos corpos, sofrem os efeitos colaterais que essas combinações causam nos organismos dessas populações. E, dentre tantos, está a LIPODISTROFIA, que está penalizando consideravelmente os que estão se submetendo aos tratamentos. Se as populações em tratamento se veem melhor por um lado, por outro passam a ter de enfrentar, de conviver com alterações na sua autoimagem, e também sofrer com o surgimento de outras doenças, como a Depressão, a Neuropatia Periférica, dentre outras, sendo novamente de muita urgência buscar recursos e lutar por políticas públicas para atendimentos que gerem melhoras no quadro da saúde dos que estão em tratamento. O que é que se chamam de Efeitos Colaterais da Terapia de Medicamentos Combinados Anti-HIV? São sintomas corpóreos de determinadas patologias e que são atribuídos a COMBINAÇÃO dos medicamentos, conhecidos como? Coquetel? Ou Terapia Anti-HIV, para tratar as ações do Vírus HIV. São efeitos diferenciados daquele considerado como medicamento principal, por um fármaco. Esse termo é denominado de EFEITO ADVERSO ou COLATERAL; EFEITO INDESEJADO. No tratamento da infecção por HIV, mesmo os efeitos colaterais sendo pequenos é importante continuar tomando os medicamentos, obedecendo às prescrições indicadas pelo médico; fazendo a doze corretamente. Portanto, não é correto alterar tomando uma dose menor do medicamento, na intenção de que com esse procedimento os efeitos colaterais sejam minimizados. Pois, essa estratégia não diminuirá os efeitos colaterais e também não oferece benefícios, ou seja, resultados, nenhum no tratamento. Sabendo-se que alguns efeitos colaterais são esperados e inevitáveis e outros são surpreendentes, inesperados, tanto para o paciente quanto para o médico. Estas reações são observadas devido à reação particular de cada individuo. Os Efeitos Colaterais estão classificados em duas categorias: Efeitos Colaterais Evidentes; Efeitos Colaterais Quitados, que são detectados em laboratórios. Por isso as conversas entre o médico e o paciente sobre os medicamentos e as combinações feitas com eles é importante. De forma que o paciente terá condições de perceber quando algum efeito no seu corpo surgir, ele poderá já estar indo em busca do seu médico para contar o que está havendo e detectar se é ou não um efeito colateral da combinação dos medicamentos que ele estiver fazendo. Atualmente, os medicamentos que controlam a reprodução do HIV prolongam a vida dos portadores do vírus da AIDS. De fato, trata-se de uma vitória da medicina. Após a descoberta do HIV, em poucos anos, pesquisadores encontraram e desenvolveram agentes através dos quais a multiplicação do HIV pode ser controlada. A AIDS não é curável, mas a infecção pelo HIV já pode ser tratada hoje. A manifestação da síndrome da imunodeficiência pode ser retardada por vários anos. Através da combinação de vários agentes antivirais é possível impedir a multiplicação do HIV. Cada agente bloqueia um estágio específico no ciclo de vida do vírus. No entanto, esses medicamentos implicam uma série de efeitos colaterais. Já no começo do tratamento, os pacientes se queixam de vários problemas como diarreia, cansaço, reações alérgicas da pele até perda da sensibilidade tátil e neuralgias. E sabe-se que alguns agentes complicam o metabolismo. Entrementes, os médicos podem escolher entre mais de 20 remédios para elaborar uma combinação mais eficaz e compatível. Isso não resolve, no entanto, todos os problemas. Nos últimos anos, os médicos descobriram que os pacientes com HIV medicados durante anos correm maior risco de sofrer um infarto do que outras pessoas. O risco de contrair determinados tipos de câncer também aumenta. A ação e os efeitos colaterais dos remédios não são os únicos motivos do aumento de risco de infarto do miocárdio ou de uma maior suscetibilidade para a diabetes adulta. Fato é que nenhum tratamento suspende por completo a ação do HIV, o que significa que o vírus continua operando, acelerando o envelhecimento. Na História da ASQV efeitos colaterais da medicação combinada: a Terapia Anti-HIV que foram identificados de imediato como uma patologia chamada de LIPODISTROFIA, sendo essa patologia a responsável por uma mudança na estrutura corpórea das pessoas em tratamento. Os efeitos causados foram exatamente os que o grupo de pacientes havia descoberto. Porém os efeitos não eram unicamente esses, visto que a partir da descoberta da LIPODISTROFIA foi se percebendo a existência de outros efeitos colaterais. Alguns causados pela manifestação da própria LIPODISTROFIA, só podendo ser tratados com outros procedimentos cirúrgicos, segundo os médicos infectologistas. A LIPODISTROFIA é uma doença que altera o formato do corpo pela sua anormalidade na distribuição de gordura nas regiões corpóreas onde em algumas partes do organismo humano falta gordura, e em outras sobra, o que termina por causar uma deformação na imagem corporal deixando os usuários dos Anti-Retrovirais expostos ao sofrimento emocional ao se depararem com uma nova forma estética do organismo que os diferencia de todas as outras pessoas que não são HIV. A partir das ações estratégicas que foram criadas pelo grupo de pessoas em medicação Anti-HIV do Hospital das Clínicas (HC), em parceria com a coordenação Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis/HIVAIDS, foi contratado o Hospital Instituto Materno Infantil de Pernambuco? IMIPE? Para ser o responsável pela aplicação do Metacril e também das cirurgias reparadoras nas regiões corpóreas afetadas. Para a legalização desses procedimentos o Ministério da Saúde do Brasil criou a Portaria nº 2582, do Ministério da Saúde, datado de 02/12/2004 autorizando a efetivação desses tratamentos através da Secretaria da Saúde de Pernambuco/Coordenação DST/AIDS. Então, o grupo dessas dez pessoas iniciou o recrutamento dos pacientes para as primeiras reposições do Polimetilmetacrilato-PMMA? (o Metacril) e das cirurgias reparadoras, e a população alvo para receber essa assistência foi recrutada nos ambulatórios dos hospitais de referência onde as mesmas fazem atendimento médico. À medida que essas pessoas iam tomando conhecimento dessa iniciativa passaram a procurar o grupo para se inscrever, ficando numa lista de espera. Após oito anos atuando nessa questão junto aos pacientes afetados pela LIPODISTROFIA aqui em Pernambuco, contando com a ajuda da Coordenação Estadual de DST/AIDS do estado de Pernambuco, somente em 2008 foi que o ASQV tomou a iniciativa de se tornar uma Organização Não Governamental juridicamente reconhecida para poder captar recursos financeiros que possibilitem o desenvolvimento dos seus trabalhos, visto que outras demandas vêm surgindo e que vão além das cirurgias reparadoras. Miriam Fialho da Silva. Observação: Consulte essa matéria no site da ASQV: http://www.asqv.org.br