"Seria surpreendente que não experimentássemos alguma dor ao deixar a familiaridade de um estágio adulto pela incerteza do próximo estágio. Mas a disposição de atravessar cada uma das passagens equivale à disposição de viver abundantemente. Se não mudamos, não crescemos. Se não crescemos, não estamos realmente vivendo. O crescimento exige uma renúncia temporária à segurança. Pode significar uma renúncia de modelos familiares mais limitativos, trabalho seguro mas não recompensador, valores em que não se acredita mais, relacionamentos que já perderam seu significado. 'Dar um novo passo, pronunciar uma nova palavra, é o que as pessoas mais temem'. O verdadeiro medo deveria ser de seguir o rumo oposto. Se a força física e os prazeres dos sentidos forem considerados os maiores prazeres da vida, então nos negamos ser, após a juventude, qualquer coisa senão uma maré baixa de experiência. Se não encontramos nada que substitua a acomulação de bens e êxitos, então nos prendemos na armadilha de uma meia-idade cediça e rotineira. No entanto, as alegrias da autodescoberta estão sempre à nossa disposição. Ainda que entes quridos saiam de nossas vidas e entrem nela, a capacidade de amar permanece. E para o espírito libertador dos esforços constantes dos primeiros anos, resta tempo mais tarde para ponderar sem interrupção sobre os mistérios da existência.
A coragem de dar novos passos permite-nos abandonar cada estágio com suas satisfações e encontrar as novas respostas, que libertarão a riqueza do estágio seguinte. O poder de animar todas as estações da vida é um poder que vive dentro de nós mesmos."
(Texto transcrito do livro Passagens
- crises previsíveis da vida adulta -
Gail Sheehy, página 482)
Compartilhando com vocês: eu me identifico plenamente com as análises feitas pela autora deste livro. Vale a pena ler o mesmo e conferir, especialmente quem está tendo a alegria e a oportunidade, inétida e por isso única, de passar pela experiência de entrar na vida adulta e viver seus segredos...
Beijos em todos os seguidores deste blog.
Miriam Fialho
Recife, 12 de dezembro de 2009
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