Algumas Considerações Pertinentes
sobre a Violência: A Experiência na Escola do Rio de Janeiro
nesse mês de abril
“E O QUE É A VIDA MEU IRMÃO?”
Todos vocês devem estar informados acerca da brutalidade cometida por um homem insano, junto aos adolescentes do Rio de Janeiro. Por certo que essa não é primeira vez que as crianças e os adolescentes brasileiros são alvo da brutalidade de identidades doentias, frustradas, perversas e inconseqüentes, espalhadas no meio social deste país. A insanidade ocorrida no Rio de Janeiro, dentre outras constatações, serve também para não nos deixar esquecer tantas outras já ocorridas nesses tempos onde cada vez mais se vive e se é obrigado a presenciar e sofrer todos os desvios e divergências dos comportamentos humanos. Numa sociedade que vem ao longo dos tempos descredenciando em seus segmentos sociais diversificados, reduzindo seu código de ética, sua escala de valores, e desprestígio da moral social, do respeito pela cidadania, ficamos cada vez mais expostos e vulneráveis a presenciar ou até mesmo a sofrer - considerando que as coisas não acontecem só com os outros -, toda essa avalanche de atos públicos ruins, maldosos e doentios que vão nos minando em nosso núcleos de relação interpessoal, de confiança, de segurança pública.
Sem querer me aprofundar aqui nessa matéria, e apenas querendo dar expressão aos sentimentos de Grande Tristeza, desolação e revolta que se abate sobre a sociedade brasileiro-carioca, me expresso aqui, nesse espaço virtual, mas muito útil e confiável para divulgar e fazer correr pelo mundo, meu sentimento de tristeza, revolta, inquietação, descrença, na possibilidade de ver surgir em algum recanto desse país Brasil a execução de políticas estratégicas, com responsabilidade e segurança, que sejam gestadas para combater essa inverossímil lógica de vida individualista, na qual a vontade de cada um está sendo a vontade de cada um; onde o outro deixou de existir. Então eu pergunto: onde iremos parar com tanta insanidade? Até quando a vida dos outros não terá mais nenhum significado para merecer o respeito e o cuidado merecidos? Onde estão os nossos governantes e seus miraculosos “Planos Estratégicos” de combate a violência?
No decorrer da vida cotidiana nesse país chamado Brasil as crianças-adolescentes-jovens, a cada dia que vai se passando, estão sendo cada vez mais o alvo das mentes perversas, insanas, ruins e muito maldosas. Os piores atos de vandalismo, de irresponsabilidade e desrespeitos vêm sendo cometidos ao longo dos tempos. Os grandes espaços urbanos, como a sociedade carioca, a sociedade paulista, e a pernambucana, dentre outras, estão vendo todo tipo de crime ser cometido contra essa população, e não vemos se gestar nenhuma política social pública que detenha essa perversidade. Todos lamentam muito as violências que temos visto: por exemplo, do caso da Candelária, do assassinato do Pixote, os estupros, dos pedófilos, os assassinatos de filhos, os assédios na frente das escolas para o narcotráfico entre tantos outros crimes hediondos contra esse público campeiam nossa sociedade. Sofremos quando temos que vivenciar, mesmo que a distância as dores dos que estão sofrendo tamanha barbárie, pois nos problematizamos, nos colocamos no lugar, pensando se fosse com os nossos como seria difícil enfrentar aquela dor.
Já está mais do em tempo da sociedade brasileira sair as ruas para contestar essa situação em nosso Brasil. Temos que resgatar dentro da gente a capacidade de nos indignarmos com tanta barbárie, nós que nos dizemos tão civilizados. A solução, em minha opinião, não será trancar as portas, aumentar o número de vigilantes, colocarem porteiros eletrônicos, cartões de identificação, ou quaisquer outros mecanismos que possam impedir que as coisas ruins aconteçam. Até porque, não podemos prever de onde elas poderão vir. Precisamos gestar o resgate dos paradigmas que suscitam uma política do “bom viver”, e nesse contexto social, cultural, econômico e espiritual que se vive na atualidade, é fundamental que voltemos a promover a busca pela sociedade perdida. Uma sociedade de riscos, destradicionalizada, conceituada como Pós-Moderna, ao que estou percebendo não está dando certo. Temos que rever os conceitos. Está na hora de, meso sem jogar no lixo tudo o que se avançou, se descobriu e se construíram, nessa perspectiva de vida globalizada, procurar encontrar os pontos de congruência entre os contextos sociais, políticos e históricos, num ato de reverberação do que foi se perdendo ao longo desses tempos, para ver, quais são os métodos, os processos, as iniciativas estratégicas que devem ser tomados, para encontrar soluções adequadas e circunstanciais, enquanto ainda é tempo. Do contrário, a pergunta que não que calar se ressignifica cada vez mais: Onde vamos parar se não dermos um basta nisso? De quem é a responsabilidade por tanta crueldade? Como deter as mentes perversas, recheadas do mal, que fazem os estragos que aquele rapaz causou, e ainda deixou em aberto a sua crítica e as suas denuncias aos “maus”, aos “impuros” e aos “perversos” desse país? Visto que ele deixou muito claro para todos a sua condição de vítima. É tudo doloroso demais. Até onde teremos que sofrer com tanta maldade? A proporção da violência, dessa vez chega ao estremo, e as coisas assumiram proporções tão graves que tudo se deu em caráter de execução pública em grande estilo, a olho nu, para que todos pudessem ver, acompanhar de perto, e tudo culminando com e testemunho ao vivo e em cores de todos da sociedade humana, dos animais racionais que não chegam aos pés dos irracionais.
Em fim, esse acontecimento, em minha opinião, deixa a mostra que o inimigo, realmente, mora ao lado da nossa casa mesmo! E que nossa estrutura de vida social, na qual a ética, a moral, o bom senso e o respeito mútuo como citaram acima, passam ao largo de nós, nos deixando em total estado de vulnerabilidade. Moral da história: num certo período de tempo espaço, certo indivíduo se gabarita em tiro ao alvo, adquire aramas e uma quantidade grande de munição, planeja detalhadamente, com visitas ao local onde será executada a ação malina, tudo cautelosamente e depois sai em pleno dia para executar a ação e não temos nenhum sistema
de proteção para as crianças na escola. Visto que, na escola as crianças são alvo de todo tipo de violência que se puder imaginar e proteção para elas e para outras pessoas também.
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Miriam Fialho da Silva - Sociológa
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O Texto é de minha autoria.
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