quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A Águia no Sinai


A região do Sinai é chamada de “território das águias”, em que tais aves ascendem e planam com suas asas fortes e amplas. Assim, os israelitas libertos, reunidos junto ao monte Sinai, podiam bem avaliar quão apropriado era o quadro pictórico transmitido pelas palavras de Deus, de que Ele os conduzira para fora do Egito “sobre asas de águias”. (Êx 19:4; compare isso com Re 12:14.) Cerca de 40 anos depois, Moisés podia comparar o modo em que Yehowah guiou Israel através do deserto ao modo da águia que “remexe seu ninho, paira sobre os seus filhotes, estende as suas asas, toma-os, carrega-os nas suas plumas”. (De 32:9-12) Quando chega o tempo para as aguiazinhas começarem a voar, papai ou mamãe-águia remexe neles, agitando e batendo as suas próprias asas para transmitir a idéia a seus filhotes, e então os empurra ou atrai para fora do ninho, para experimentarem suas asas.

Embora alguns tenham duvidado de que a águia alguma vez realmente carregue seu filhote nas costas, Sir W. B. Thomas relata a respeito de um guia na Escócia, que testemunhou, quanto à águia-real, ou águia-dourada, que “as aves genitoras, depois de incitar, e, às vezes, de empurrar o filhote para o ar, colocam-se, numa arremetida, embaixo dele, e repousam o filhote, por um momento, em suas asas e costas”. (The Yeoman’s England [A Inglaterra do Pequeno Fazendeiro], Londres, 1934, p. 135) Um observador nos Estados Unidos é citado no Bulletin do Instituto Smithsoniano (1937, N.° 167, p. 302) como dizendo: “A mãe partia do ninho nos penhascos, e, manejando com aspereza o filhote, deixava-o cair, diria eu, cerca de noventa pés [27 m]; então, ela arremetia por baixo dele, com asas estendidas, e ele pousava nas costas dela. Ela subia para o alto da cordilheira com ele e repetia esse processo. . . . Meu pai e eu ficamos observando isso, fascinados, por mais de uma hora.” G. R. Driver, comentando tais declarações, afirma: “A figura [em Deuteronômio 32:11] não é, então, mero vôo da imaginação, mas se baseia em fatos reais.” — Palestine Exploration Quarterly (Revista Trimestral Sobre Exploração da Palestina), Londres, 1958 pp. 56, 57.

Os hábitos de nidificação da águia são sublinhados nas perguntas que Deus fez a Jó, em Jó 39:27-30. O ninho pode situar-se numa árvore alta, ou numa saliência dum penhasco ou despenhadeiro rochoso. Com o passar dos anos, o ninho pode aumentar para ter até 2 m de altura, sendo que o ninho de algumas águias chega a pesar uma tonelada! A aparente segurança e inacessibilidade do ninho da águia também foram usadas figuradamente pelos profetas nas suas mensagens contra o elevado reino de Edom, nas montanhas escarpadas do Arabá. — Je 49:16; Ob 3, 4.
A rapidez da águia é destacada em muitos textos. (2 Samuel 1:23; Je 4:13; La 4:19; Habacuque 1:8) Há relatos de águias que ultrapassaram a velocidade de 130 km por hora. Salomão avisou que a riqueza ‘faz para si asas’ como as da águia que sobe para o céu (Pv 23:4, 5), ao passo que Jó lamentava a rapidez da passagem da vida, comparando-a com a velocidade duma águia em busca de presa. (Jó 9:25, 26) Todavia, aqueles que confiam em Jeová adquirem poder para ir avante, como se subissem sobre as asas aparentemente incansáveis da águia em seu vôo ascendente. — Is 40:31.
Esta poderosa ave de rapina era um símbolo freqüentemente usado pelos profetas, a fim de representar as forças bélicas das nações inimigas em seus ataques súbitos, e não raro, inesperados. (De 28:49-51; Je 48:40; 49:22; Os 8:1) Os governantes babilônicos e egípcios foram caracterizados como águias. (Ez 17:3, 7) É notável que a figura da águia era usada regularmente em cetros, insígnias e estelas reais de muitas nações antigas, inclusive a Assíria, a Pérsia e Roma, assim como tem sido usada nos tempos modernos pela Alemanha, pelos Estados Unidos e por outras.
Águias são usadas em Apocalipse para representar criaturas que servem o trono de Deus e anunciam mensagens de julgamento da parte de Deus aos que estão na terra, sem dúvida, para indicar rapidez e acuidade visual. — Ap 4:7; 8:13; veja Ez 1:10; 10:14.
É uma ave de rapina, pois caça seu alimento, atingindo animais do pequeno porte, como filhotes de gamos, carneiros, macacos e toda sorte de répteis; é essencialmente, carnívora e vive nas escarpadas das altas montanhas.
Tem porte grande, atingindo de asa a asa, até três metros de envergadura; possui possantes garras e bico adunco, e olhos muito aguçados, podendo ver a grandes distancias na busca de seu alimento. Pela sua valentia e por viver nas alturas, simboliza o espírito superior.
São João Evangelista foi cognominado de Águia de Patmos; Alfred Bossuet, de Águia de Meaux; Rui Barbosa, de Águia de Haia.
A Águia é empregada na Heráldica, nos escudos, nas condecorações, sendo as mais célebres a Águia branca, russa, e da Áustria. Napoleão a adotou em seus emblemas. Símbolo do Santo Império; a vemos no túmulo de Carlos Magno.
Em heráldica, pode ser “bicada”, “membrada”, “lampassada de esmalte”, “coroada”, “voante”, “bicéfala” etc.
Águia, também é uma constelação do hemisfério setentrional.
A Águia bicéfala, era o emblema de Frederico Primeiro da Prússia, que originou a Águia bicéfala do Grau 30, da Maçonaria Filosófica.
No Egito, na Pérsia e na Grécia a Águia foi dedicada ao Sol. Os romanos usavam esse símbolo para o seu exército. As Sagradas Escrituras fazem vinte e cinco referencias sobre a Águia e apenas, como curiosidade, transcrevemos Provérbios 30:19: “Há quatro coisas que não entendo: o caminho da Águia no céu; caminho da cobra na penha; e caminho do navio no meio do mar e o caminho do homem com uma donzela”.
A Águia é o símbolo do maçom que olha na luz astral e nela enxerga a sombra do passado, do presente e do que está por vir, tão facilmente, como a Águia olha o Sol. Maçônicamente é o símbolo do poder pela força, pela decisão, pela superioridade e a inteligência. Simboliza o Solstício de inverno; representa o poder, a liberdade e a sabedoria.
A Águia bicéfala, ou seja, com duas cabeças e um só corpo, é símbolo do poder imperial dúplice, como era o dos romanos, com o império do Oriente, ou Bizâncio e o do Ocidente, em Roma. Representava a Águia presente nos dois impérios, um à direita e outro à esquerda. Há emblemas cujas cabeças diferem na cor, sendo uma branca e outra negra, simbolizando o domínio sobre todas as raças.
A águia sempre é um símbolo de volatilização. Por exemplo, uma águia que devora um leão indica a volatilização de um componente fixo por um componente volátil. A águia também é o Hieróglifo do deus Hórus.

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